Três dias após o Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema (Sindema) convocar uma paralização de 24 horas para a próxima quinta-feira (26), devido a proposta do Executivo de mudanças no Estatuto do Funcionalismo, o prefeito Lauro Michels (PV) se pronunciou sobre o assunto. Em vídeo divulgado nesta segunda-feira (23), o verde chamou a greve de infundada e pediu a confiança dos servidores.
“O sindicato (Sindema) está apavorando vocês dizendo que nós vamos tirar direitos de vocês. Pelo contrário, eu estou aqui para garantir o direito de vocês, para garantir o salário pago em dia, e para garantir o bom trabalho e um bom serviço. Quero dizer que o sindicato está chamando uma paralização para o dia 26, uma paralização infundada, até porque eu quero que vocês confiem em mim. Não há projetos em baixo do tapete, tapetão ou algo obscuro na Câmara para ser votado. Fiquem tranquilos”, disse o prefeito.
No vídeo divulgado em sua página no Facebook, Michels afirmou que usará o mecanismo para divulgar a proposta no dia em que ficar pronta, mas que antes ouviria os servidores para saber sobre as possíveis mudanças. Por fim, pediu para que os funcionários públicos não realizassem a paralização na próxima quinta.
O RD tentou contato com o presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, para falar sobre o vídeo de Lauro Michels, porém até o fechamento desta matéria o sindicalista não atendeu aos telefonemas.
Apesar de afirmar que pretende ouvir os funcionários, o prefeito diademense enfrentará a resistência dos mesmos. Em assembleia realizada na última quinta-feira (19), a categoria entrou em acordo para não aceitar qualquer tipo de mudança no estatuto de 1991. A principal crítica é a possibilidade no corte de vários direitos como a falta abonada e também o fim do pagamento da quarta-parte dos vencimentos.
Outro ponto de crítica é o fato da comissão formada pela Prefeitura para tratar do assunto não contar com representantes do Sindicato, assim fazendo com que a irritação entre os seus membros aumentasse, em um ano onde ocorrem dificuldades no debate sobre o reajuste salarial, pois a Prefeitura excedeu o limite de 54% para os gastos com o funcionalismo imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O gasto já ultrapassou a casa dos 58%, segundo o próprio Executivo.
Na Câmara, a base articula para que a proposta tenha o apoio dos 21 vereadores, porém o acordo encontra dificuldades na base de oposição que já garantiu o voto contrário, assim seguindo a vontade do Sindema. Lembrando que Michels não teria problemas em aprovar a proposta, pois mantém em sua base aliada 14 vereadores, número suficiente para aprovar qualquer projeto.