Santo André retira os radares móveis das ruas

Serra quer mudar acabar com imagem negativa de Santo André

Com o argumento de que os radares móveis favorecem a ideia de indústria das multas, Santo André não tem mais esses equipamentos pelas ruas. A medida foi anunciada pelo prefeito Paulo Serra (PSDB) nesta terça-feira (10), que assinou portaria em autoriza a retirada de seis aparelhos. Os instrumentos se revezavam em cerca de 170 locais na cidade, que já arrecadou R$ 23,5 milhões em infrações de trânsito neste ano.

“A retirada dos radares móveis era um compromisso de campanha (eleitoral), e faz parte do nosso governo mudar a imagem negativa de Santo André em vários aspectos, sendo um deles a chamada indústria das multas. Manteremos os radares fixos, para evitar acidentes, mas faremos uma mudança de conceito, pois acreditamos que os radares não podem ter fim arrecadatório, e sim de preservação de acidentes”, afirma.

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Segundo dados dos portais da transparência das prefeituras do ABC, Santo André tem a maior arrecadação de multas de trânsito. No Orçamento 2017, aprovado no ano passado, o Fundo Municipal de Trânsito previa uma somatória de R$ 35,7 milhões até 31 de dezembro. Por sua vez, Serra enfatiza que tal valor se trata apenas de uma estimativa e não há intenção do governo em alcançá-la.

A portaria que veta a utilização de radares móveis nas ruas de Santo André ainda será publicada no Diário Oficial do Município, porém, Serra garante que a ação já está em vigor. O prefeito estima que até o fim do ano, os 170 pontos, onde revezavam os seis equipamentos, receberão novas sinalizações para prevenções de acidentes no trânsito.

Liderança

De acordo com dados de agosto do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), Santo André registrou 553,4 mil veículos de todas as categorias (383,1 mil são carros), embora receba também grande fluxo de automóveis de cidades vizinhas como Mauá, São Caetano, São Bernardo e São Paulo.

Em valores de multas no trânsito no ABC, Santo André é seguida por Mauá, que no dia 4 de outubro, chegou a R$ 22,6 milhões em arrecadação e superou a estimativa orçamentária. Na ocasião, o RD noticiou o ocorrido e ouviu os motoristas, que reclamaram da “indústria das multas” na cidade. Nesta terça-feira, curiosamente, a somatória de infrações de trânsito não foi mais atualizada no Portal da Transparência, após a publicação da reportagem.

Com previsão de arrecadar R$ 23 milhões até o fim do ano, São Bernardo já somou R$ 20,2 milhões em multas. São Caetano, por sua vez, destinou aos cofres públicos R$ 11,3 milhões, enquanto que Diadema, até o fim de setembro, recolheu R$ 9 milhões oriundos de transgressões nas leis de trânsito.

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