Bem que poderia ser uma data para se comemorar, porém um dado preocupante coloca em alerta a população nesta terça-feira (8/8), Dia Nacional de Combate ao Colesterol. Isto porque 67% das pessoas desconhecem suas taxas de colesterol atuais, conforme levantamento realizado em março pelo Instituto Ipsos.
“É um dado preocupante, pois é uma doença silenciosa. A pessoa só vai saber que tem problema com o colesterol quando apresentar as doenças que ele pode causar”, afirma o cardiologista José Roberto Prota, da Santa Casa de Mauá, em entrevista ao RDtv, nesta segunda-feira (7).
Desta forma, o nível de colesterol elevado é uma das principais causas de infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), ambos se enquadram no grupo de doenças cardiovasculares que mais matam no Brasil. Além disso, de acordo com o especialista, normalmente o colesterol vem acompanhado de diabetes mellitus e também de hipertensão, por isso é fundamental que o paciente se previna para manter os níveis controlados.
O estudo realizado também revela que 65% das pessoas só realizam os exames após os 45 anos de idade, sendo que 11% dos entrevistados nunca mediram os níveis de colesterol. Além disso, dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 18,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos apresentavam colesterol alto até o final de 2016, sendo 15,1% mulheres e 9,7% homens. Outro dado relevante mostra que 25,9% das pessoas com mais de 60 anos apresentam altas taxas de colesterol.
De acordo com o médico existem também os casos de dislipidemia familiar, que são muito mais sérios e devem ser investigados e tratados. “Quando se tem um caso, por exemplo, de uma pessoa jovem com de níveis muito altos, de 300 mg/dL de colesterol total, tem que pesquisar a família toda para fazer o tratamento dessa pessoa e os familiares”, diz o médico.
Cabe ressaltar que o exame de sangue ainda é a única maneira de analisar como está o nível de colesterol no organismo. Desta forma, é fundamental ir regularmente ao médico, fazer o acompanhamento e seguir os cuidados para evitar problemas. Em alguns casos, o tratamento com medicamentos deve ser iniciado o quanto antes, junto com as mudanças para um estilo de vida mais saudável.
As pessoas devem ficar atentas para os níveis de colesterol no sangue. De acordo com o cardiologista, para adultos, o limite máximo é 200 mg/dL (colesterol total), LDL deve estar abaixo de 100 mg/dL, HDL acima de 40 mg/dL e o não-HDL abaixo de 130 mg/dL.
“É importante ter um controle e reduzir o colesterol por intermédio de dieta, exercício e diminuição de stress para se beneficiar”, pondera o médico.
Causas
O cardiologista também destacou que os principais problemas que causam aumento nos níveis de colesterol são a inatividade (falta de exercícios físicos), stress e também má alimentação.
“As pessoas precisam fazer exercício efetivos, como por exemplo, uma caminhada rápida, no plano. Pode começar com 15 minutos, na segunda semana subir para 30, depois para 45, até chegar a uma hora”, diz Prota, acrescentando que alimentação farta em vegetais também é importante e na dúvida, é importante que a pessoa procure um médico para acompanhamento.
Em relação ao tratamento de pacientes com níveis de colesterol alterados, o cardiologista afirmou que existem classificações, de baixo risco, médio, alto e altíssimo risco.
“Se a pessoa tem associado ao colesterol diabetes mellitus e hipertensão, já está em risco muito alto”, cita, ao explicar que neste tipo de caso a pessoa deve ficar atenta e fazer avaliações periódicas, já que algumas situações são levadas em consideração para avaliação, tais como aspecto familiar, o trabalho que exerce e estilo de vida.
A obesidade também é colocada como ponto importante de fator de risco quando o tema é colesterol, já que existe grande número de pessoas acima do peso. “Além disso, o obeso traz um risco grande de hipertensão e diabetes por conta do metabolismo”, pondera.