A tradição dos fiéis católicos já dizia: quer se casar? Pede para Santo Antônio, considerado casamenteiro. Se não pedir, o santo não ajuda, acreditam os devotos que comemoraram nesta terça-feira (13), o dia do padroeiro, dos pobres e das noivas. Em homenagem à data, as paróquias da região prepararam missas especiais e realizaram a famosa distribuição de pãezinhos benzidos.
Na Paróquia Antônio, na vila Alpina, em Santo André, a programação de missas teve início logo cedo, às 6h, e se estendeu ao longo do dia com mais sete celebrações. Além da liturgia, a quermesse da paróquia funcionou durante todo o dia com a venda do famoso bolo de Santo Antônio, este ano com 9 mil pedaços. Também ocorreu a entrega de pães arrecadados pela igreja.
Os frades permaneceram na porta da capela com realização de benção e entrega de pães. “Santo Antônio é muito especial para a comunidade”, diz o frei Geraldo dos Santos. “Muita gente vem para as missas porque a intimidade do santo com Deus é tão grande que facilita a comunicação com o ser divino. Tem gente que pede benção, pão, vida, trabalho, casamento, mas hoje sentem sede da espiritualidade, em um mundo violento onde falta a conversa de olhos nos olhos e aqui elas se sentem acolhidas”, explica.
Pães abençoados
Frei Geraldo contou que há casos de fiéis que buscam votos e comparecem com vários pães para ser abençoados. “Uma mulher disse que estava com 600 pães no carro, mas já recebemos até caminhão de pães para benzer”, conta.
Ângela Priori, 64 anos, moradora de São Caetano, todos os anos leva pães para benzer. “Desde que nasci venho agradecer Santo Antônio”, diz. Por sua vez, a fiel Doralice Maria Bolsoni Brechani, de 76 anos, acredita que o santo ajudou na compra de sua casa, por isso, todos os anos vai agradecer. “Desde então tenho carinho especial por ele”, conta.
Na paróquia de São Caetano, a programação contou com quatro missas ao longo do dia. Em São Bernardo, foram três, uma delas com o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini. Já em Ribeirão Pires, a comemoração começou às 15h30, com a procissão, seguida de missa campal, às 16h, e nova celebração com o padre Juarez de Castro, às 18h. Em todas as celebrações houve entrega de pães.
De acordo com o padre George Rodrigues, da paróquia de São Bernardo, a história do pão de Santo Antônio remonta ao fato curioso, assim narrado. Antônio comovia-se com a pobreza que, certa vez, contribuiu aos pobres todo o pão do convento onde vivia. O frade ficou em apuros, quando, na hora da refeição, percebeu que os outros frades não tinham o que comer, achando que os pães tinham sido roubados. O homem foi contar ao santo o ocorrido, este mandou que verificasse melhor e o irmão padroeiro voltou com os cestos que transbordavam pães, distribuídos aos frades e pobres do convento.
“Até hoje, na devoção popular o pão é colocado pelos fiéis nos sacos de farinha, com a fé de que nunca lhes faltará o que comer, e com aproximadamente 2,3 mil pães abençoados, celebramos essa data especial”, comentou o religioso.
(Colaborou Amanda Lemos)