O curso de medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), em Mauá, terá início no segundo semestre deste ano, de acordo com o prefeito Atila Jacomussi (PSB). No total, serão oferecidas 150 vagas para a região – 50 em Mauá, e outras 100 no campus da instituição em São Bernardo. O chefe do Executivo adianta que em Mauá, o campus será instalado no espaço onde antes funcionava o Hotel Diamonds, na vila Bocaina. “É bem localizada, próximo às estações ferroviária e rodoviária. Isso também coloca fim a uma discussão antiga e representa grande conquista para o município”, comemora.
O prefeito salienta ainda que os moradores do município terão bolsas gratuitas para participar do curso, iniciativa possibilitada por meio do programa Mais Médicos do governo federal. Há ainda entendimento entre a Prefeitura e a Uninove para que 80% dos funcionários do campus de Mauá sejam residentes na cidade. Os estudantes poderão utilizar o Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini durante o curso, pois a unidade será transformada em hospital escola.
No entanto, o Ministério da Educação (MEC) informa que a instituição ainda não comunicou o endereço e nem solicitou visita de técnicos para avaliação e credenciamento do campus, além da autorização do curso. Somente após essas etapas é que a instituição poderá dar início aos procedimentos para seleção de estudantes e início das aulas. A universidade também ofertará o curso em São Bernardo num campus com 8,2 mil m2, que recebeu investimento de R$ 5 milhões em reformas e aquisição de equipamentos.
Neste caso, o MEC destaca que a visita dos técnicos do ministério no campus, localizado no bairro Planalto, já foi realizada. No momento, o processo está na fase de credenciamento e autorização de curso e, portanto, será encaminhado ao Conselho Nacional de Saúde e ao Conselho Nacional de Educação, ainda em maio. A Uninove confirma que está em curso o processo de avaliação do MEC, da rede pública de saúde e dos futuros cursos nas duas cidades, porém não forneceu mais detalhes.
Metodista
A Universidade Metodista também planeja oferecer formação médica na sua grade curricular. O reitor da instituição acadêmica, Paulo Borges Campos Junior, ressalta que há infraestrutura instalada na área de ciências médicas e da saúde para abrigar o curso. A universidade pleiteou abrigar o curso por meio do programa Mais Médicos, quando o governo federal lançou o edital em 2014, mas não obteve sucesso.
Para o futuro, o reitor não descarta a ideia de retomar o projeto apresentado em parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, com o qual foi candidata no momento da concorrência pública. A parceria prevê a possibilidade de médicos e outros profissionais do Sírio-Libanês atuarem como professores convidados e colaborarem com a formação qualificada dos futuros médicos. “Para os alunos, o projeto pedagógico oferece metodologias ativas de ensino, por meio das quais desde o primeiro semestre o estudante é colocado em contato com a realidade prática dos pacientes e equipamentos de saúde”, diz.
Residência médica
Com o curso de Medicina já instalado, a Universidade de São Caetano do Sul (USCS) iniciou os preparativos para oferecer também residência médica, no qual os primeiros formandos poderão fazer especializações. O gestor do curso de medicina do campus São Caetano, João Carlos da Silva Bizario, destaca que a expectativa é que os primeiros alunos ingressem em 2020 e um dos principais focos será a formação em saúde da família, uma das grandes lacunas no Sistema Único de Saúde (SUS). “Teremos todas as especialidades médicas e cirúrgicas, mas queremos retomar aquele profissional que conhece e trata de toda a família e não faz apenas encaminhamentos para dermatologista ou cardiologista”, exemplifica Bizario.