Gabrielle Ellen Rodrigues Grinblat
O termo minorias pode ser alusão à inferioridade numérica do grupo ou à discriminação e opressão sofrida. Mais significativo que quantidade, o termo minoria tem a ver com a relação de poder entre grupos. Um grupo pode ser numericamente superior, mas ser excluído das decisões políticas, não ter acesso às mesmas oportunidades, sofrer preconceitos e tratamento discriminatório.
Mulheres, mesmo sendo a maioria da população, são classificadas como minoria, pois foram historicamente afastadas da participação política e estudos. Apesar das conquistas no último século só conquistaram o voto em 1934 e atualmente são apenas 10% dos parlamentares eleitos representando no congresso nacional. Ainda assim, sofrem abusos diários e não recebem o atendimento adequado na saúde pública.
Enquadra-se no termo minoria todo grupo que sofra constante com invisibilidade e práticas sociais discriminatórias que pressupõe menor acesso a direitos básicos. Discriminação presume negar a cidadania e, via de consequência, à própria democracia.
O Brasil apresentou recentemente governos ditatoriais e antidemocráticos nesses períodos, houve discriminação, violência e apagamento das minorias e de suas lutas reivindicatórias. A Constituição de 1988 objetivou resguardar direitos fundamentais dos cidadãos incluindo artigos que consideram a condição minoritária de parcelas da população. Leis como proibição das diferenças salariais entre homens e mulheres na mesma função, proteção do idoso são leis que favorecem minorias.
Apesar do aparato legal, heranças do passado de marginalização continuam gerando insuficiência na legislação. Permanecendo secular o legado de esquecimento e repressão. Visando representatividade política a grupos minoritários criam-se, por necessidade, organizações como coletivos, ONGs e movimentos que lutem pelos direitos e propiciem maior representatividade. Resultando em uma sociedade equânime e justa.
Criou-se na Faculdade de Medicina do ABC o Grupo de Apoio às Minorias (GMABC), projeto de extensão universitária objetivando eventos para melhor discussão e compreensão sobre minorias e pesquisa de campo na faculdade, a fim de avaliar a saúde mental dos alunos, com enfoque nos que pertencem a grupos minoritários por tenderem a agravo mental, com os resultados pretende-se criar uma rede de apoio, visando prestar atendimento para discentes que apresentem sofrimento mental e ou discriminatório.
* Gabrielle Ellen Rodrigues Grinblat é coordenadora discente do GAMABC e acadêmica do curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina do ABC.