Um acordo de Cooperação Técnica do Ministério da Saúde com o Centro de Valorização da Vida (CVV) vai permitir o acesso gratuito ao serviço telefônico oferecido pela instituição. Pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou que querem se suicidar poderão conversar com os voluntários da instituição por meio de um novo telefone. O acordo foi anunciado nesta sexta-feira (10/03) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, em visita à instituição em São Paulo.
Com o acordo, o CVV vai alterar ou implantar em todos os estados brasileiros, até abril de 2020, a ligação gratuita por meio do número 188. Atualmente, quem precisa do serviço tem de pagar pela ligação pelo número 141.
“O trabalho dos dois mil voluntários que dedicam o seu tempo na instituição é muito importante. É um voluntariado muito efetivo, com resultados muito positivos. O Ministério da Saúde vai continuar apoiando o CVV para que possam ampliar de forma significativa o acesso de pessoas a esse apoio emocional em momentos de angústias”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
A ideia da ligação gratuita para salvar vidas começou a ser implantada em 2015 no município de Santa Maria (RS), por meio de projeto piloto do CVV e do Ministério da Saúde, após o incêndio na Boate Kiss. O CVV é uma entidade que atua na prevenção ao suicídio há 55 anos. Possui mais de dois mil voluntários em 76 postos de atendimento em quase todo o país, exceto Roraima, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rondônia, além do atendimento pelo chat, email e Skype no site www.cvv.org.br. São realizados em torno de um milhão de atendimentos por ano.
Suicídio no País
O Brasil está entre os 28 países, de um universo de mais de 160 analisados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que possui estratégia de prevenção ao suicídio. A taxa no Brasil está bem abaixo de outros países da América do Sul, mas é o 8º do mundo em números absolutos de casos de suicídio. Em 2014, foram registrados 10.653 óbitos por suicídio no Sistema de Informação de Mortalidade, taxa média de 5,2 por 100 mil habitantes, praticamente metade da média mundial (11,4 por 100 mil). Na Argentina, a taxa é de 10,3 por 100 mil habitantes; Bolívia (12,2), Equador (9,2), Uruguai (12,1) e Chile (12,2).
A OMS define como meta global, até 2020, a redução da taxa de suicídio em 10%. No Brasil, o índice de suicídios em homens (8,8) foi quatro vezes maior que o de mulheres (2,2) em 2014. Em relação à quantidade de pessoas que cometem suicídio no país, a faixa etária com maior incidência é a de 30 a 39 anos para ambos os sexos, sendo registrados 1.768 suicídios entre os homens e 480 entre mulheres. A rede pública oferece acompanhamento psicológico e psicoterápico, incluindo terapia ocupacional, bem como assistência hospitalar.