Moradores de bairros próximos à avenida Luiz Pequini, em São Bernardo, relatam transtornos causados pelas obras do Corredor Leste-Oeste, que estão paralisadas. A construção teve início em 2014 e virou um problema para motoristas e residentes da região.
Quem passa pela via se depara com estruturas de ferro que foram colocadas no canteiro da avenida, ocupando uma faixa da pista e atrapalhando o trânsito nos dois sentidos. Sem uso, essas estruturas foram pichadas e estão enferrujando.
“O trânsito piorou desde que as obras começaram. Além disso, já vi motoristas desavisados baterem o veículo nos blocos de concreto que colocaram entre os ferros e a avenida”, relata Adriana Silva, moradora da região.
A segurança na região também piorou, de acordo com relatos de vizinhos à obra. Usuários de drogas e moradores de rua têm utilizado as estruturas de ferro como abrigo, especialmente em um ponto, ao lado da Luiz Pequini, que virou uma espécie de “depósito” dos materiais que não estão sendo utilizados na obra.
“O problema de segurança aqui no bairro não vem de agora, antes mesmo do início da obra já ocorriam assaltos por aqui. Mas depois que a construção parou, a insegurança aumentou muito. É comum ter assaltos, bandidos roubando celular”, relata um morador, que não quis se identificar.
Não há um trabalhador sequer atuando no local. O abandono acontece não somente na Luiz Pequini, mas também na avenida Rotary, onde um viaduto seria construído. Ao lado de um posto de gasolina instalado em frente à rotatória da Praça dos Bombeiros há muito lixo acumulado. Em alguns pontos há água parada.
Outro lado
Questionado pelo RD, o prefeito Orlando Morando (PSDB) criticou o governo Luiz Marinho (PT). “Essa é uma obra inacabada que herdamos da administração anterior. Não conseguimos ainda rever o contrato e a possibilidade de retomada plena da obra”, afirma o tucano.
O RD também procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Bernardo, que esclareceu, em nota, que “o projeto é financiado com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), por meio de contrato de financiamento firmado junto à Caixa Econômica Federal”.
De acordo com a Prefeitura, a estimativa é que a construção termine ainda neste ano. “Atualmente o contrato se encontra em análise pelo Ministério das Cidades para sua reprogramação. As obras somente serão retomadas, quando da aprovação das alterações pelo Ministério. O início dos serviços ocorreu em julho de 2014 e a conclusão prevista para dezembro deste ano. O valor contratado para a conclusão do empreendimento é de R$ 259.241.537,41”.
A Prefeitura informou ainda que, ao todo, o projeto prevê “obras viárias na Rotatória Imigrantes, Estrada Samuel Aizemberg e avenida José Odorizzi, além de intervenções no viaduto Castelo Branco, viaduto Robert Kennedy e viaduto Praça dos Bombeiros”. A administração lembra também que está prevista a construção de um terminal.