A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) projeta que o comércio varejista brasileiro apresentará queda de 4,3% em volume de vendas no período acumulado de 12 meses terminados em junho deste ano. O resultado é melhor do que a previsão calculada em dezembro passado, a qual apontava recuo de 5%.
“A redução nos estoques do varejo contribui para uma melhora gradual da atividade. E os juros devem cair nos próximos meses, oxigenando a economia. Mas os efeitos positivos serão sentidos a partir do segundo semestre”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Para ele, a recuperação será lenta porque os níveis de emprego e de renda continuam em queda. “As retrações irão arrefecer até um ponto de equilíbrio. A partir daí, não há dúvidas de que o comércio voltará a crescer – seja no final deste ano ou, mais provavelmente, no ano que vem”.
“Ainda que os juros sigam caindo, o desemprego elevado servirá como contrapeso na concessão de crédito, fazendo com que segmentos mais dependentes das vendas a prazo continuem a ter um ano ruim. Entretanto, o mais importante é notar a tendência de retomada presente nos nossos números”, afirma Burti.
O Índice Nacional de Confiança da ACSP (INC) sinaliza que o consumidor vislumbra um cenário mais otimista para o futuro – perspectiva acompanhada por indicadores que medem o ânimo do empresariado.
A projeção da Associação Comercial foi elaborada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal/ACSP a partir de informações do INC/ACSP e do IBGE. Contempla o varejo restrito – sem considerar automóveis e material de construção.