Quando o momento é de instabilidade econômica, a palavra de ordem é cortar gastos. Nessa hora nem mesmo o curso de idioma escapa. Escolas de línguas estrangeiras do ABC registram queda de matrículas, mas não deixam de investir na infraestrutura e nos serviços para manter os alunos e vencer a crise.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento Educação e Treinamento, formado também por franquias de ensino de línguas estrangeiras, faturou no primeiro semestre deste ano R$ 4,8 milhões. No mesmo período do ano passado os resultados alcançaram R$ 9,2 milhões.
Administradora da unidade da PBF, do Jardim Bela Vista, em Santo André, Vera Lucia de Gusmão, diz que a escola teve nos últimos anos diminuição no número de alunos. Em 2016 a instituição registrou retração de cerca de 15%. Há 25 anos no mercado, a escola investe em promoções e atividades diferenciadas para manter os alunos.
A última novidade da escola, que oferece cursos de espanhol e inglês, foi investir na responsabilidade social, com a campanha de arrecadação de ração, que será destinada a animais abandonados. “Sou uma otimista de carteirinha, sempre espero tempos melhores. Estamos há muito tempo com a escola e sabemos como oferecer sempre o melhor”, afirma.
Alexandre Drago Kail, diretor administrativo da Spazio Italiano, localizada na vila Gilda, em Santo André, acredita que o reflexo do número de alunos está relacionado com o aumento da taxa de desemprego. “Ensinamos italiano, é um curso muito procurado por pessoas que trabalham em empresas, mas com as demissões, naturalmente, há diminuição do número de estudantes”, explica.
De acordo com Kail, a instituição teve baixa de 20% na carteira, justamente porque muitos contratos da escola são feitos com companhias, que quitam parte dos valores das aulas de italiano. “Senti que teve mais pessoas me procurando porque queriam estudar para melhorar o currículo, pediam descontos. É um momento em que temos de escutar o estudante para ver o que ele precisa”, diz.
O franqueado da rede UNS Idiomas, Alexandre Acosta Barbosa, abriu unidade há três anos no bairro Matriz. Barbosa afirma que muitos alunos saíram do curso sob alegação de que perderam o emprego. Para manter os estudantes, a escola disponibiliza mensalidades de R$ 189 a R$ 500. “A pessoa escolhe o tipo de curso que mais cabe no seu bolso, o valor depende da carga horária do curso e dos módulos”, afirma. No começo de outubro a escola mudou para espaço maior na mesma rua, como forma de oferecer mais conforto aos alunos.
Leiriane Corrêa