A aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados no último domingo (17) e as alternativas para o país sair da crise política dividem opiniões entre os prefeitos da região.
Agora que o processo de impedimento seguiu para o Senado, começa a tomar corpo a discussão sobre novas eleições para presidente da República, que poderiam ser realizadas ainda neste ano, junto com o pleito municipal. O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), é um dos defensores dessa tese.
“Sou favorável que haja novas eleições. Ali a culpa não é só da Dilma, o PMDB tem até mais culpa no cartório do que a presidente. Sou a favor de uma coisa justa, é o povo que tem de dar a palavra final e escolher seus governantes”, afirma Michels.
O prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), votou em Dilma Rousseff na última eleição presidencial mas faz críticas à gestão da petista. Ele acredita que uma nova eleição é uma das alternativas possíveis para a saída da crise.
“O impeachment só reflete o desejo da população. Acredito que é reflexo da falta de credibilidade que a população tem com a política. O governo está acuado”, afirma Maranhão. “A gente sabe o desgaste que tanto o vice e o presidente da Câmara enfrentam. Tenho o temor de que eles não tenham autonomia e pulso para poder manter seu governo”.
Saulo Benevides (PMDB), prefeito de Ribeirão Pires, tem opinião diferente. “Vou ser bem franco. O PT aprontou bastante, mas eu entendo que não tinha motivo para ter impeachment da presidente, mesmo sendo do PMDB. Sou contra novas eleições e defendia até que não houvesse eleição municipal neste ano, por conta da crise”, afirma o peemedebista.
O prefeito de Mauá preferiu não opinar sobre a possibilidade de novas eleições porque ainda “falta definir o rito do impeachment no Senado”. Donisete Braga ainda questionou os motivos para o afastamento da presidente. “Não houve fato concreto. Ela sofreu impeachment não pelas pedaladas, mas porque não teve relação com o Congresso”.
Procurados, os prefeitos Carlos Grana (PT), de Santo André, Paulo Pinheiro (PMDB), de São Caetano e Luiz Marinho (PT), de São Bernardo, não retornaram contato.