É de se imaginar que neste momento quem planeja fazer uma viagem para o Exterior prefira dar um tempo até que a economia do Brasil volte a ficar mais estável. Mas não é o que acontece quando o assunto é aprender um novo idioma lá fora. A procura por intercâmbio nas agências especializadas continua aquecida.
Débora do Lago, diretora da unidade Jardim da STB Intercâmbios, em Santo André, explica que para atender à procura fez adequação ao bolso de cada um, de forma que os interessados fecham pacotes com duração mais curta ou procuram destinos mais acessíveis, como o Canadá, a Ilha de Malta ou a África do Sul.
Entre as alternativas que exigem baixo investimento o pacote para o país africano sai na frente. “Na África do Sul, a nossa moeda é bastante valorizada, já que o rande custa em média R$ 0,26”, afirma. Assim, se um intercambista desembarca com R$ 100 na África do Sul, ele poderá trocar a quantia por um valor que fica em torno de 430 randes. Mas a desvalorização do dólar em relação ao real não inibe quem decide visitar o local mais tradicional para estudar inglês, os Estados Unidos. “Hoje os estudantes enxergam o intercâmbio como um investimento, ele deixou de ser só uma atividade de lazer”, comenta Débora.
Mudança de perfil – Karina Caldas de Sousa, gerente da franquia de São Bernardo da IE Intercâmbios, afirma que o número de casais entre 25 e 35 anos que procuram uma viagem para o Exterior, como nova opção de futuro, cresceu. Por isso, a rede aumentou a oferta de cursos de idiomas com períodos mais longos de permanência, até seis meses, para atender outros objetivos do cliente. “Antes quem fazia intercâmbio era só estudante na faixa dos 18 anos, mas atualmente também existem as pessoas que procuram construir uma nova vida fora do Brasil”, explica.
Outra razão da procura pelo intercâmbio vem da própria indústria automobilística, que colocou os empregados em regime de lay-off, conhecida como suspensão ou alteração temporária do contrato de trabalho. “Esse tem sido uma das maneiras que as pessoas encontraram para ocupar o tempo em que elas estão paradas”, diz Karina.