Índice de rentabilidade das exportações sobe 7,7% em janeiro, diz Funcex

O índice de rentabilidade das exportações brasileiras, calculado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), subiu 7,7% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 91,1 pontos. O indicador é calculado pela multiplicação da taxa de câmbio nominal média do mês (que no caso foi de R$ 4,05) pelo índice de preço de exportação. O resultado é deflacionado pelo índice de custo de produção dos bens, medidos em reais. Na comparação de janeiro com dezembro, houve queda de 0,2%.

Segundo a Funcex, o crescimento anual na rentabilidade das exportações é resultado da significativa desvalorização do câmbio nominal (53,8%) ocorrida nesse período, contrabalançada, parcialmente, pela diminuição do preço das exportações (-20,6%) e pela elevação dos custos de produção (13,5%). Esses custos, por sua vez, subiram em decorrência das elevações em todos seus componentes: custo dos insumos nacionais; dos insumos importados; e dos serviços e salários.

Newsletter RD

No primeiro mês de 2016, 24 dos 29 setores observados registraram elevação no índice de rentabilidade das exportações, na comparação anual. As maiores alta foram em produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (40,9%); outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (39,3%); celulose, papel e produtos de papel (37,4%); pesca e aquicultura (36,4%); e indústrias diversas (31,0%).

Do outro lado, as baixas foram em extração de minerais metálicos (24,5%); extração de petróleo e gás natural (21,4%); bebidas (11,1%); derivados do petróleo, biocombustíveis e coque (1,8%); e produtos do fumo (1,1%). “No caso de minerais metálicos e petróleo, trata-se de setores que registraram quedas superiores a 40% nos preços de exportação, na comparação entre janeiro de 2016 e o mesmo mês do ano anterior”, diz o órgão.

Considerando a cotação nominal média do dólar de R$ 4,05 em janeiro, houve alta de 53,8% ante o mesmo mês de 2015. A taxa de câmbio real, deflacionada pelo IPA da FGV, teve desvalorização de 29,6%. Esse é um dos principais fatores que têm impulsionado as exportações brasileiras nos últimos anos. A pesquisa Focus, do Banco Central, mostra projeção de saldo comercial positivo de US$ 39,85 bilhões este ano, após o superávit de US$ 19,68 bilhões em 2015. O Itaú, por exemplo, reviu hoje seu cenário macroeconômico para o Brasil e já prevê saldo de US$ 50 bilhões na balança este ano.

A Funcex lembra que em janeiro as transações correntes apresentaram déficit de US$ 4,8 bilhões e, no acumulado dos últimos 12 meses, tiveram saldo negativo de US$ 51,6 bilhões, equivalente a 2,94% do PIB. Os investimentos diretos no País (IDP, ex-IED), por sua vez, alcançaram US$ 5,4 bilhões em janeiro e US$ 74,8 bilhões em 12 meses.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes