O Hospital Brasil iniciou nesta sexta-feira (19) o calendário do Curso de Primeiros Socorros Infantis, do Projeto Escolas. Com o objetivo de capacitar professores e profissionais dos centros ambulatoriais das unidades de ensino infantil do ABC, a primeira palestra no Centro Cultural do hospital reuniu cerca de 50 professores, coordenadores, enfermeiros e inspetoras de escolas privadas da região.
No encontro, os profissionais tiveram a oportunidade de conhecer as teorias de como proceder nos primeiros socorros das crianças, quais acidentes são mais comuns e passarem pela experiência de simulações de massagens cardíacas e desobstrução de vias respiratórias, além de participarem de debates sobre como evitar acidentes nas dependências das escolas, como quadras e escadas.
A enfermeira de educação continuada e responsável por ministrar a palestra, Daniele Neias de Andrade Amorim, explica que a medida procura estreitar as relações com as unidades de ensino da região, de forma que o hospital se torne um parceiro na gestão da saúde por meio desse canal de atendimento.
Segundo Daniele, um estudo que está sendo realizado nos Estados Unidos indica que, em todo o Estado de São Paulo, existem somente 30 mil profissionais capacitados para atender ocorrências como engasgos, desmaios, paradas cardiorrespiratórias, sangramentos nasais e até situações mais simples, como entorses e luxações. “Esse é um número ínfimo se comparado à quantidade de estudantes que nós temos”, critica.
A enfermeira ainda afirma que é muito raro acontecer algum tipo de problema de saúde com as crianças, salvo quando já há uma doença pré-existente. Geralmente há sempre um evento que antecede o acidente, mas mesmo assim é indispensável o cuidado com os estudantes.
Por isso, Daniele afirma que os cuidadores precisam sempre ter em mente que eles precisam saber a causa da ocorrência. Para isso, a enfermeira lança mão do recurso dos “cinco porquês”. “Eu sempre falo que a gente precisa sempre fazer essa pergunta cinco vezes para saber o real motivo de todo o acidente”, declara.
Em agosto do ano passado, 51 estudantes do colégio Jatobá, em Santo André, foram contaminados por uma bactéria proliferada pela manipulação inadequada de alimentos. De acordo com a supervisora da área de relações médicas e empresarias da Rede D’Or no ABC, Kelly Magalhães, esse é um bom exemplo de uma situação que poderia ter sido evitada. “Caso a instituição tivesse uma equipe de profissionais de Saúde, esse problema seria resolvido dentro da própria escola”, diz Kelly.
Extensão do projeto
A princípio, o curso só é voltado para o atendimento às escolas infantis da rede particular, mas a supervisora Kelly Magalhães conta que já está nos planos do hospital estender as ações para escolas de rede municipal e, inclusive, trazer as medidas para ambientes corporativos.
O próximo dia do curso já está marcado para este sábado (20), das 9h às 13h, e Kelly garante que mais aulas serão marcadas durante todo o ano. “A ideia que nós temos é ampliar essa ajuda não só de adultos para crianças, mas também de adultos para adultos, de funcionários para funcionários dentro das empresas”, completa a supervisora. (Colaborou Caíque Alencar)