Juros mantêm queda com ajuste residual ao Copom, dólar e exterior

A devolução de prêmios continuou ditando a trajetória de queda dos contratos de juros futuros na BM&FBovespa, principalmente nos vencimentos do trecho intermediário que têm mais “gordura”. O movimento foi amparado pelos ajustes residuais à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de não mexer na Selic de 14,25%, pelo dólar em baixa e pelo fluxo vendedor de investidores estrangeiros em busca de ativos de risco. Na agenda de indicadores, o IPCA-15 de janeiro, de 0,92%, veio em linha com a mediana das estimativas e não chegou a influenciar os negócios.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa nesta sexta-feira, 22, o DI abril de 2016 ficou quase estável, em 14,269%, de 14,262% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2017 encerrou em 14,850%, de 14,885%. O DI janeiro de 2018 foi um dos que tiveram recuo mais expressivo, ao passar de 16,03% para 15,83%. O DI janeiro de 2021 fechou em 16,61%, de 16,76%.

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As taxas já começaram a sessão em baixa, em linha com o dólar, que também cai desde a abertura dos negócios, refletindo o exterior. A demanda por ativos de países emergentes hoje continuou forte, conduzida pelas expectativas de mais estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu (BCE), conforme declarações do presidente Mario Draghi. Ele reiterou nesta sexta-feira que o banco tem uma série de ferramentas para impulsionar o crescimento e a inflação. Na mesma linha, o presidente do Banco Central do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse que a instituição está pronta a “expandir ainda mais, ou fortalecer ainda mais” seu programa de relaxamento quantitativo, “se necessário”. Além disso, há perspectiva de que o governo da China vá atuar firmemente para evitar uma desaceleração mais forte da economia.

A percepção de que as autoridades dos principais governos devem se mover para animar suas economias ajudou também os preços do petróleo, que tinham alta de mais de 7% nesta tarde. O avanço tinha como suporte ainda a expectativa de aumento da demanda por óleo para calefação nos EUA, onde algumas regiões se preparam para uma forte nevasca neste fim de semana.

Os contratos de prazo mais curto na BM&FBovespa ainda estiveram sob o efeito dos ajustes à polêmica decisão de manter a Selic em 14,25%, na reunião do Copom, na quarta-feira, um dia depois de o presidente do BC, Alexandre Tombini, ter divulgado nota para comentar relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre revisões mais pessimistas para a economia brasileira. Sobre o relatório, a presidente Dilma Rousseff afirmou hoje que ficou “estarrecida” com a frase em que o FMI cita a “continuidade da situação crítica” no Brasil como um dos três principais fatores que explicam as dificuldades que a economia mundial.

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