Queda na exportação em julho não preocupa governo

A queda nas médias diárias nas exportações em julho – de 1,3% em comparação com julho do ano passado e de 2,1% em comparação com junho de 2007 – não preocupa o governo. Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Meziat, essas quedas não indicam uma tendência. “Não se identifica uma perda de fôlego”, afirmou.

Ele atribuiu a variação às oscilações naturais do comércio exterior. A queda em relação a julho do ano passado é explicada pela base de comparação elevada. Julho de 2006 foi o mês em que as exportações voltaram à normalidade após um período de greve da Receita Federal, por isso o volume de exportações foi atipicamente alto, o que prejudica a comparação com julho de 2007. Já a queda em comparação com junho foi atribuída a efeitos sazonais. “Um embarque que era para o dia 30 mas ocorre no dia 1 ou 2 já afeta o número”, disse.

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Ele afirmou que os estudos feitos pelo MDIC para elevar a meta de exportações deste ano não apontaram nenhuma tendência negativa para as vendas ao exterior. O secretário ressaltou, porém, que as taxas de crescimento das exportações de 2007 em comparação com 2006 tenderão a cair ao longo do segundo semestre. Isso porque a base de comparação é mais elevada. As exportações de julho, de US$ 14,120 bilhões, são recorde para o mês.

Volume

Ao contrário do que ocorreu no ano passado, quando as exportações cresceram devido à alta dos preços, agora são os volumes embarcados que puxam o dinamismo das vendas ao exterior. Segundo o MDIC, o preço médio das exportações aumentou 9,2% no primeiro semestre deste ano, em comparação com igual período de 2006. Já as quantidades exportadas aumentaram 10,1%. É uma situação inversa da do ano passado, quando os preços tiveram alta de 12,5% e as quantidades, apenas 3,2%.

Na avaliação do secretário de Comércio Exterior do MDIC, Armando Meziat, esse desempenho é positivo e dá uma base mais sólida às exportações. “Quando os preços caírem, teremos nossas bandeirinhas fincadas em vários outros mercados”, comentou.

Ranking

No semestre, o destaque foram as exportações de milho, cujo volume exportado aumentou 130,2% e os preços, 34,8%. Os principais mercados compradores foram o Irã, Portugal, Coréia do Sul e Espanha. Esse desempenho é conseqüência do aumento da produção do etanol de milho nos Estados Unidos. A demanda naquele país fez reduzir a oferta em outros mercados, abrindo mais espaço para o produto brasileiro.

Na segunda posição do ranking, as exportações de carne de frango industrializada subiram 57,9% no período, seguidas por açúcar refinado (44,8%), petróleo (40,7%) e álcool (33,3%). Em contrapartida, caiu a quantidade exportada de vários produtos industrializados, liderados pelos telefones celulares, com queda de 29,5%, como resultado da transferência de uma fábrica da Nokia do Brasil para o México.

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