Agronegócio deve reduzir fatia em crédito cooperativo

O agronegócio representa cerca de 50% das operações do Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi), mas esta participação tende a diminuir com o avanço da presença das cooperativas associadas nas áreas urbanas. Após chegar a São Paulo, o Sicredi terá a primeira cooperativa no Rio de Janeiro até 2008. Provavelmente a operação deve começar em Nova Friburgo, informou o diretor-presidente da Confederação Sicredi, Alcenor Pagnussatt, com apoio da Federação das Indústrias do Estado (Firjan) e Sebrae.

“O forte do Sicredi ainda é o financiamento ao meio rural, mas também ao comércio, indústria, artesanato e pequenos empreendedores”, descreve o dirigente. O agronegócio gera cerca de 40% do Produto Interno Bruto, comenta ele, uma proporção que deve se refletir nas operações do Sicredi. Nas localidades em que o setor é mais forte, a participação deve se manter elevada. A inadimplência tem permanecido dentro da média do setor financeiro, diz Pagnussatt, entre 1% e 5% da carteira, dependendo da cooperativa.

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O sistema Sicredi opera custeio com equalização dos juros pelo governo federal e também por demanda de bancos que precisam cumprir a exigibilidade de crédito ao setor, além de financiar investimentos com verba do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Na safra 2006/07, o financiamento ao agronegócio somou R$ 831 milhões, com aumento de 21% em relação ao ciclo anterior. Em 2007/08, o Bansidredi terá R$ 379 milhões de crédito equalizado para custeio.

A expansão territorial é uma das estratégias para cumprir a meta de dobrar os ativos administrados até 2010, que atualmente somam R$ 10,5 bilhões. A rede de operação deve crescer 20%, para 1,2 mil pontos de atendimento, e o número de associados, 30%, para 1,4 milhão de pessoas. Originário do Rio Grande do Sul, o Sicredi atua em dez Estados, tem 1,1 milhão de associados, 128 cooperativas e mais de mil pontos de atendimento.

O sistema conta com três fontes principais de recursos: os depósitos a prazo de seus associados, a principal delas, a operação de linhas de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

O setor comemora amanhã o Dia Internacional do Cooperativismo. No Brasil, 7,3 milhões de pessoas são associadas a mais de 7 mil cooperativas. Para marcar a data, haverá palestras e atividades em Nova Petrópolis (RS), considerada o berço do cooperativismo de crédito no Brasil.

No Plano de Safra 2007/08 da agricultura familiar, as cooperativas singulares e centrais de crédito contarão com R$ 150 milhões de verba do BNDES para financiar o custeio da lavoura para os grupos D e E do Pronaf. O diretor de financiamento e proteção à produção rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário, João Luiz Guadagnin, lembra que no plano 2006/07 a Cresol (Sistema de Cooperativas de Crédito Rural), cujos associados são agricultores familiares, operou estes recursos.

Há previsão de que a Crehnor (Cooperativa de Crédito dos Pequenos Agricultores e da Reforma Agrária) também atue com este custeio em 2007/08. A Crehnor tem uma cooperativa central em Sarandi (RS) e nove cooperativas singulares (RS, SC, PR).

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