Para CNI, País deve buscar acordos bilaterais sem Doha

O impasse nas negociações comerciais multilaterais da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) deve levar o País a apostar em acordos bilaterais e regionais. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou hoje o documento “Prioridades na agenda brasileira de negociações comerciais”. Para a CNI, “o Brasil deve adotar uma agenda pragmática e seletiva, baseada em critérios econômicos, visando à melhoria das condições de acesso a mercados relevantes para os produtos brasileiros.”

Segundo a entidade, a Rodada Doha continua sendo prioridade para o setor industrial, principalmente por conta das características do comércio exterior brasileiro: pequena participação no comércio mundial e relações comerciais diversificadas em termos geográficos. “Mas as negociações no âmbito da OMC dificilmente garantirão um salto significativo nas condições de acesso aos mercados externos para as exportações brasileiras”, ressalta.

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A CNI defende, no documento, uma estratégia de negociações bilaterais e regionais baseada em critérios econômicos que permitam identificar países prioritários e instrumentos adequados para aproveitar as oportunidades existentes. “Tais critérios devem considerar o tamanho do mercado importador desses países, as oportunidades para expansão e diversificação das vendas brasileiras e os níveis de proteção dados aos produtos nos quais o Brasil é competitivo.”

Para a CNI, os mercados prioritários são os Estados Unidos – por conta da dimensão, dinamismo e relevância em termos mundiais – e a União Européia. “Além destes, também são de suma importância para o Brasil os mercados mexicano, indiano e sul-africano, países em desenvolvimento com mercados relativamente grandes e dinâmicos, mas que têm tarifas elevadas para a maior parte dos produtos que apresentam oportunidades.” Os países do Conselho de Cooperação do Golfo, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, também entram nessa lista, elaborada pela CNI.

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