Empresas apostam em jatinho para driblar caos aéreo

Vôos que decolam sem atraso, driblam congestionamentos do tráfego aéreo e dispensam filas de check-in. No serviço de bordo, sanduíches, sucos e frutas. É dessa forma que grandes grupos empresariais estão economizando tempo e dinheiro. Ao adquirir cada vez mais jatos para aumentar a produtividade, livram seus executivos da incógnita que se tornou hoje em dia voar de avião de carreira, por conta das deficiências na infra-estrutura do setor.

A Companhia Vale do Rio Doce, por exemplo, estuda adquirir um segundo jato para deslocar seus executivos para a região Norte. Lá, a mineradora tem diversos projetos em andamento, além da maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo, Carajás, no Pará. A idéia é ampliar uma iniciativa bem sucedida no Sudeste, onde a empresa usa, desde agosto do ano passado, um turboélice Brasília, fabricado pela Embraer.

Batizado de Aerovale, o avião tem capacidade para 30 passageiros e oferece aos funcionários seis vôos diários entre o Rio, Vitória e Belo Horizonte. Por mês, são transportadas 3 mil pessoas, em média. A taxa de ocupação da aeronave é de 80%, acima da média do setor aéreo no mercado doméstico, de 69% em maio. O investimento no Aerovale foi de US$ 7 milhões. Só de despesas de táxi a mineradora passou a economizar R$ 300 mil mensais – apenas para efeito de comparação, esse valor equivaleria a cerca de 2 mil passagens do Rio para São Paulo.

Representantes brasileiros dos principais fabricantes de jatos executivos testemunham que os problemas de infra-estrutura do setor aéreo estão motivando as empresas a comprar jatos. De acordo com essas companhias, que não podem revelar nomes dos clientes, o bom movimento é histórico no setor. Em alguns casos, o desempenho das vendas está melhor neste primeiro semestre do que em todo o ano passado. A Líder Táxi Aéreo, que representa marcas da Raytheon, já vendeu 29 jatos este ano, ante 26 de 2006. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.