Em seu segundo depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instituída para apurar irregularidades na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado), que aconteceu na manhã da sexta-feira (14), o diretor-superintendente Hélio Tomaz Rocha confirmou que faltam documentos que comprovem a prestação de contas de um parque de diversões que deveria ter sido instalado na festa junina da autarquia, realizada em 2012.
Segundo o diretor, a Craisa abriu o certame licitatório para as empresas em 2012, com o lance mínimo de R$ 40 mil, no entanto, além de não haver a instalação do parque de diversões, não há documentos que indiquem qual organização venceu a licitação e nem o que foi feito com a verba disponibilizada. “A Craisa lançou o edital de chamamento e pronto, parou aí. Eu não sei quem ganhou, não sei o quanto pagou e nem pra quem. A prestação de contas não foi publicada”, informa o diretor.
A empresa licitada que forneceu as barracas e a infraestrutura da festa junina de 2012 foi a Logos do Brasil EPP, e Rocha coloca em dúvida o motivo pelo qual a organização não ficou responsável também pela implantação do parque.
Nos anos anteriores, foi realizada apenas uma licitação contemplando todos os prestadores de serviços dos eventos realizados na autarquia e o diretor questiona o fato de 2012 ter uma licitação à parte para o parque, somando dois certames. “É estranho, porque a administração anterior falou que o edital foi único para os eventos e se ele é único ele tinha que cuidar de tudo. Por que o parque ficou de fora?”, indaga o superintendente.
Opositor mira na gestão petista
A oitiva terminou em meio a exaltação entre o presidente da CPI, José Montoro Filho, o Montorinho (PT) e o relator, o oposicionista Ailton Lima (PTB). De acordo com o presidente, as perguntas do petebista para o depoente Hélio Tomaz Rocha, diretor-superintendente da Craisa, foram acusatórias. Em defesa, Lima afirma que a documentação pedida na última oitiva, que aconteceu na semana anterior, não foi totalmente apresentada.
O petebista pediu os documentos referentes à gestão da Craisa de 2004 e 2008 para averiguar possíveis irregularidades, e afirmou que os documentos trazidos pelo diretor da autarquia não estão completos. De acordo com o vereador, a antiga administração da Craisa haveria recebido um comunicado em 2008 do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) alertando sobre uma dívida da autarquia de R$ 23 milhões.
Em defesa, o superintendente da Craisa afirma que não recebeu o pedido do documento em questão e que a autarquia apresentará a documentação necessária na próxima oitiva.
Oitiva
A próxima oitiva está marcada para a próxima sexta (21), e dessa vez contará com o depoimento do permissionário Júlio Cesar Pereira.