Mauá completa 58 anos com fome de desenvolvimento

Foto: Forlan Magalhães

Com sua localização privilegiada, Mauá é uma das cidades mais promissoras do ABC, pois está entre a Capital – o maior polo produtor do País – e o Porto de Santos – principal ponto de saída de mercadorias do Brasil. Por isso, o município que celebra neste 8 de dezembro 58 anos tem ainda mais motivos para comemorar. A previsão do orçamento para 2013 está estimada em R$ 794 milhões, R$ 100 milhões a mais que o orçado para 2012 (R$ 686 milhões). Mauá foi uma das cidades que mais obteve aumento na previsão do orçamento e a instalação de novas indústrias e empresas na cidade é a principal justificativa para este aumento da arrecadação.

Graças ao Rodoanel, grande aliado na logística de escoamento da produção industrial, Mauá ficou ainda mais atrativa do ponto de vista empresarial. Para a indústria, o novo complexo facilitou o fluxo de carga pesada com destino ao Porto de Santos. “A via facilitou ainda o acesso a regiões como Zona Leste e as demais alças do Rodoanel que se ligam às estradas estaduais e federais do País, por exemplo: Raposo Tavares, Airton Senna, Fernão Dias, entre outras”, enumera Antonio Corrêa, presidente da Aciam (Associação Comercial e Empresarial de Mauá).

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Feliz com o potencial econômico do município, o prefeito eleito Donisete Braga dará continuidade à política de atração de novas empresas, já que, além da intenção de tornar Mauá “a melhor esquina do ABC”, garante que se trata do local com maior número de áreas disponíveis. “Ainda estamos fazendo levantamento, mas os bairros Sertãozinho e Capuava são dois polos industriais que podem ofertar alternativas para as indústrias que quiserem se instalar no município”, garante o futuro prefeito. “Qualquer política que pudermos fazer para atrair novas empresas, nós faremos. Vamos brigar para trazer novas empresas e fortalecer o comércio”, continua.

Emprego
A torcida é grande para que o próximo governo continue a incentivar, de maneira ordenada, a vinda de empresas para a cidade e, assim, gere mais empregos para a população. Para o comércio, a esperança é de maior incentivo para a regularização de micros e pequenos empresários para que saiam da informalidade e passem a figurar no cenário normal, com pagamento de impostos e geração de postos de trabalho. “Sabemos que estas empresas menores são as que geram maior número de empregos”, diz o presidente da Aciam.

Alinhado com o panorama de desenvolvimento econômico, Donisete Braga projeta também ações para formar mão de obra qualificada e, assim, atender à demanda da indústria e mudar o perfil de Mauá: de cidade dormitório gerador de empregos. Para isso, Donisete afirma que já conta com a Fatec (Faculdade de Tecnologia), ETEC (Escola Técnica Estadual) e Fama (Faculdade de Mauá), mas que irá trabalhar ainda para concretizar a instalação de um campus de universidade federal e, assim, concretizar o sonho de oferecer curso de engenharia ao munícipe.

Saúde e transportes são prioridades em 2013

Apesar da boa perspectiva de desenvolvimento econômico de Mauá, o próximo gestor terá grandes desafios. Um deles será administrar os recursos da cidade junto com o pagamento da dívida da cidade, que hoje soma aproximadamente R$ 1,4 bilhão, além de melhorar o serviço médico prestado à população, que reclama constantemente da falta de médicos e remédios nos postos.

Donisete, que define como prioridades a saúde e transporte na gestão, almeja a construção de duas UBS (Unidade Básica de Saúde) e também do Poupatempo da Saúde. A formação de um centro de formação em medicina é outro projeto visto como solução para a falta médicos nos postos da rede pública da cidade. “Também vamos investir na informatização do atendimento, para otimizar recursos e fiscalizar a saída de medicamentos, além de buscar parcerias com o governo estadual para trazer recursos com o governo federal para melhorar o Hospital Nardini”, diz. Cerca de 10% dos pacientes atendidos no hospital são de outras cidades.

No Transporte, Braga promete duas melhorias já para 2013: a instalação de internet Wi-Fi nos ônibus e a implantação do bilhete único, com integração entre ônibus municipais e CPTM. Em 2013 devem ser iniciadas as obras do novo terminal rodoviário.

População sonha com melhor atendimento

Ao questionar os pedestres no Centro sobre o que precisa melhorar no município, a primeira resposta dos entrevistados é “tudo”. Mas ao identificarem os problemas que mais enfrentam no dia a dia, a baixa qualidade do atendimento na rede pública de saúde e a dificuldade com transporte público são os mais citados.
“Gostaria de ver melhorias na Educação, como o término desse programa de avaliação continuada”, pede o metalúrgico Luiz França, de 47 anos. “Minha filha estuda em escola municipal e tem dia que eles combinam que não vai ter aula”, conta.

Já a consultora de vendas Fernanda da Silva Santos que alega que o tempo de espera por atendimento e medicamento é inaceitável. “Mesmo com as UPA (Unidades de Pronto Atendimento) demorei mais de uma hora para ser avaliada e medicada por causa de uma febre”, reclama.

Para o auxiliar de produção William de Souza Bolonha, o transporte é uma das áreas que mais precisa de atenção. “É pouco ônibus para muita gente. No horário de pico eles põem micro-ônibus e nos finais de semana colocam ônibus grande na linha”, reclama o morador do jardim Zaíra 2.
 

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