Ciclo único será implantado em 39 escolas estaduais do ABC

Secretário estadual da Educação, Herman Voorwald

O governo do Estado vai implantar o ciclo único de ensino em 39 escolas estaduais do ABC. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (26), dia em que o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, concedeu entrevista coletiva para apresentar detalhes sobre as mudanças. A ideia é que a escola que adote ciclo único tenha alunos de apenas uma mesma faixa etária. 

No entanto, nem todas as informações relativas à reorganização foram divulgadas. A secretaria da Educação não revelou quais escolas terão ciclo único. Além disso, a questão mais importante, que é saber quais escolas vão fechar, ainda não foi respondida oficialmente pela pasta. O que foi divulgado é que 94 escolas do Estado vão encerrar as atividades.

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A partir desta terça-feira (27) diretorias regionais de ensino vão se reunir com o secretário Voorwald para definir a estratégia de divulgação. A secretaria diz que “ao longo da semana” vai informar as escolas sobre as mudanças e só depois vai fornecer a lista oficial à imprensa.

São Bernardo é a cidade onde a situação está um pouco mais clara. Em reunião com professores nesta segunda-feira (26), a diretoria regional de ensino da cidade confirmou que a Escola Tito Lima não funcionará em 2016.

Já as escolas Yolanda Noronha e Vilma Apparecida Anselmo Silveira, também em São Bernardo, funcionarão no ano que vem, mas não receberão matrículas, o que indica que elas devem também ser fechadas em algum momento. Em Santo André, a tendência é que o governo do Estado desista da ideia de fechar a Escola Américo Brasiliense.

“O momento é propício para mudanças e elas são necessárias. O rol de prédios construídos nos últimos anos atende a uma população que diminuiu consideravelmente e, por isso, é possível que agora entreguemos escolas melhores, focadas em ações pedagógicas para cada etapa do ensino”, afirma o secretário da Educação, Herman Voorwald.

Preocupação

Secretarias da Educação do ABC estão preocupadas com os impactos da reorganização escolar que está sendo promovida pelo governo do Estado. Nesta segunda-feira, o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, afirmou que parte das escolas que devem ser desativadas serão disponibilizadas para que municípios possam instalar creches ou salas de Educação de Jovens e Adultos.

Na avaliação do Grupo de Trabalho (GT) Educação do Consórcio Intermunicipal, que agrega os gestores de saúde dos sete municípios, as estruturas que o Estado pretende disponibilizar para as cidades estão aquém do ideal.

“Essas escolas não têm a menor condição de abrigar creches. São equipamentos muito antigos, vários em situação precária e que não têm estrutura adequada para abrigar creches”, aponta a coordenadora do GT Educação, Ana Lúcia Sanches.

Há entre os gestores municipais o temor de que as mudanças reflitam de forma negativa na rede municipal de ensino. “No médio prazo, essa reorganização escolar pode resultar na redução do atendimento em ensino fundamental por parte do Estado, o que vai sobrecarregar as cidades”, afirma Ana Lúcia Sanches, que também é secretária adjunta de Educação de Santo André.

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