ABC - segunda-feira , 29 de abril de 2024

PT se organiza na região para eleições de 2014

Para Humberto Tobé, o principal objetivo é seguir a dica do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, de que as eleições tem de ser planejadas na calculadora.

Com foco nas eleições do ano que vem, o PT regional começa a preparar as bases para as candidaturas de deputados estaduais e federais. Embora ainda seja cedo para determinar a quantidade de pleiteantes oficiais, o que se ventila é que pelo menos três nomes disputem cadeiras em Brasília, e outros quatro foquem a Assembléia Legislativa Paulista.

Para Humberto Tobé, coordenador da Macro PT ABC, em entrevista para à RDtv, que congrega 51 mil filiados da sigla na região, o principal objetivo é seguir a dica do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, de que as eleições tem de ser planejadas na calculadora. “Ele pensa assim e é o correto. O PT tem um teto de votos na região. Em Santo André, por exemplo, temos em torno de 120 mil votos, juntando legenda e votação dos candidatos. Não adianta ter 50 pleiteantes porque vai fracionar esse montante. Temos que potencializar as candidaturas”, avalia o coordenador.

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No processo de preparo do partido para a disputa, ainda é preciso equacionar algumas diferenças, como a quantidade de candidatos na esfera estadual, comparado ao que se tem para a federal, segundo Tobé. “Está sobrando deputado estadual e faltando federal. Temos o Vicentinho, de São Bernardo, o Vanderlei Siraque, de Santo André, e Mauá sinaliza o desejo de um candidato, possivelmente Helcio Silva. Eles têm grande chance de se eleger. Há um potencial alto na região, mas poucos candidatos para a Câmara dos deputados”, explica o coordenador.

São Bernardo

Por outro lado, na esfera estadual, o número de pleiteantes é grande. Luiz Turco deve concorrer por Santo André. Nos demais municípios, ainda não existem definições claras, e São Bernardo tem pelo menos quatro postulantes: o presidente do São Bernardo Futebol Clube, Luiz Fernando Teixeira, a deputada Ana do Carmo, o vereador Zé Ferreira, e Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, que tem como base o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “Temos potencial para os três. O Marinho está muito bem avaliado e isso ajuda. Mas, o governo do prefeito é de coalizão, então precisa ver como seria esse apoio, mas ainda está cedo. As pessoas têm colocado os nomes pra ver como os grupos recebem e como negociar. Isso é legitimo. Tem que trabalhar nas cidades”, enfatiza Tobé.

Para equacionar esse cenário, o partido vai realizar o PED (Processo de Eleições Diretas) em novembro, no qual as executivas municipais serão definidas. “A marca do PT está nos mecanismos de participação popular e transparência. Estamos na vanguarda, no que diz respeito a essa estrutura, porque qualquer filiado pode se candidatar aos cargos nas executivas. O processo de eleição direta permite aos 51 mil filiados da região votarem e serem votados. Claro, desde que respeite as regras do estatuto. Tem que contribuir financeiramente com o partido, participar dos projetos internos, discutir os assuntos de interesse da sigla. Qualquer filiado que respeita isso, pode votar e ser votado. Essa é a maior riqueza do PT”, afirma o coordenador.

Tobé também avalia que o cenário é peculiar em cada cidade, e que mais de uma chapa não quer dizer falta de união, em especial pela situação do partido, em Diadema, que após a derrota de Mário Reali á Prefeitura, tem de encarar uma reestruturação, a exemplo do que aconteceu em Santo André. “Precisamos ter unidade política. Uma chapa única não quer dizer isso. Pode ter uma, mas cheia de rachas internos, ou ter várias, mas unidas. Em Santo André eram 12 chapas e seis presidentes, em 2009. O quadro hoje é bem diferente. Caminha para chapa única. Agora, se tiver vários, é bom para a escolha do filiado. Isso não é um entrave”, destaca.

O partido segue empenhado na discussão de diversos projetos em prol das eleições, entre eles a reforma política. “Estamos debatendo a regulamentação da mídia, financiamento público das campanhas, medidas que melhorem o processo. Todos os diretórios têm de fazer atividades para discutir essa questão. Aqui na região, estão se mobilizando para provocar os debates na sociedade. No próximo dia 22, vamos receber a caravana da Macro ABC, com deputados, candidatos a presidentes estaduais, além de ministros. Essa atividade vai ter a mobilização de todos os diretórios. É um debate sobre as conjunturas regional, estadual e nacional”, anuncia.

Municípios

A mudança de prefeitos no cenário regional, para Tobé, foi conduzida pela pauta dos problemas de Saúde, Educação e Infraestrutura. “O dia a dia das cidades que definiu o processo. A população tomou a iniciativa de votar pela renovação. Não foi apenas em Diadema que aconteceu mudança. Em são Caetano e Ribeirão Pires também não houve continuidade, e os governos não eram do PT. Somente em São Bernardo houve manutenção, porque o Luiz Marinho fez um trabalho diferenciado. O eleitor votou pela mudança, quando olhamos o mapa geral.

Governo

Alinhado ao discurso de Luiz Turco, presidente do PT em Santo André, e do próprio Luiz Marinho, Tobé reforça que o prefeito de São Bernardo não vai disputar o Governo do Estado. “Ele é uma grande liderança e está credenciado para uma disputa como essa. Quando sinalizar que vai concorrer, terá apoio de todos. O Marinho é o maior patrimônio que o ABC tem. Mas, não vamos colocar em risco. Ele tem dito que não é candidato, mas quer acompanhar os debates”, ressalta.

O PT tem dois cenários para São Paulo. Um com o ministro da Educação, Aloízio Mercadante e outro com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Os dois podem concorrer bem. O Mercadante vai bem na Educação e o Padilha também tem feito ótimo trabalho na Saúde. As reclamações sobre essa área são mais no âmbito municipal. E ele vem trabalhando muito por São Paulo todo. É um bom candidato e o PT virá com uma campanha forte”, avalia.

Segundo o coordenador, os tucanos vão fragilizados para a disputa. “O governo de Geraldo Alckmin vai mal. Temos visto pesquisas qualitativas, em especial sobre mobilidade e segurança. Existe um desgaste dos governos tucanos, que além disso, estão perdendo aliados, como o caso do Guilherme Afif e Gilberto Kassab, que sinalizou concorrer ao Governo também. Tem ainda o Paulo Skaf, do PMDB, que pode atrapalhar a candidatura tucana. O que dá para dizer é que teremos dois turnos em São Paulo, e aí nossa condição aumenta. Também é a partir daqui que vamos trabalhar intensamente na reeleição da presidenta Dilma Rousseff. O PT nacional está mobilizado nisso. Vamos trabalhar para que ela ganhe já no primeiro turno, aqui em São Paulo. Há muito trabalho pela frente”, finaliza Tobé. 

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