
O mercado de imóveis no ABC permanece aquecido e, apesar dos juros altos e uma perspectiva de desaceleração de lançamentos para 2025, o setor comemora o resultado do ano passado, quando fechou no verde em todos os quesitos, como o de Valor Geral de Lançamentos, de 47% sobre 2023; 30,2% mais empreendimentos lançados e 10,5 mais unidades lançadas. Quanto às vendas, a alta foi de 10% e com isso o ABC segue os resultados obtidos no Estado e na esfera nacional, que teve o melhor ano da sua história para o setor imobiliário.
Os números apresentados nesta segunda-feira (31/03) pela Acigabc (Associação dos Construtores e Imobiliárias do Grande ABC) mostram que na região foram comercializadas no ano passado 6.195 unidades habitacionais, alta de 10,6% sobre 2023. O Valor Geral de Vendas alcançou a cifra de R$ 3,7 bilhões, 33,5% acima de 2023.
O preço médio dos imóveis vendidos na região no ano passado ficou em R$ 554.598, sendo o valor médio mais alto encontrado em São Caetano R$ 864.829 e a média mais baixa foi em Diadema, R$ 410.775. Na análise do custo por metro quadrado, São Caetano é a cidade mais cara, R$ 10.857 e os empreendimentos em solo mauaense têm valor médio do metro quadrado mais barato da região R$ 6.962.
Os imóveis do tipo Standard, com valor médio de R$ 454.548 na região foram os que mais venderam no período. A região produziu poucos imóveis nas faixas do Minha Casa Minha Vida, segundo a Acigabc por dificuldades de encaixar esses empreendimentos aos padrões de cada cidade. Santo André foi a que mais teve lançamentos nestas faixas.
Os estoques, no entanto, estão baixos na região, perto de 17%, suficiente para oito meses, segundo explica Guilherme Braga Werner, da consultoria Brain, que apresentou os dados da pesquisa Acigabc. “Aspectos regulatórios de cada cidade e os custos de capital que teve toda essa guinada afeta o etor que tem um custo maior, por isso, para 2025, se espera uma oferta menor. Por outro lado com o estoque mais baixo, se abre espaço para mais lançamentos também”, pondera o consultor.
O presidente da Acigabc, Julio Dias Cabricano, diz que a região está com energia, porém algumas questões estão em discussão com as prefeituras. “Santo André tem lançado mais pela viabilidade da legislação, São Caetano lança menos porque é muito restritivo quanto ao tamanho mínimo dos imóveis. São Bernardo que já foi a cidade onde, por anos tivemos sempre os maiores números de lançamentos, hoje não é mais assim, estamos apostando em uma revisão do Plano Diretor e em Diadema também queremos discutir algumas regras”, esclarece.
Previsões
O presidente do conselho deliberativo da associação dos construtores e diretor da Construtora MBigucci, Milton Bigucci Júnior, integra um grupo de trabalho criado para discutir com a prefeitura de São Bernardo alternativas para os ajustes no plano diretor que podem destravar empreendimentos previstos para o município. “Esperamos bons resultados desse grupo de trabalho até o fim do primeiro semestre”, comenta.
Cabricano espera um 2025 estável, seguindo um ritmo de lançamentos e vendas no mesmo patamar. “Mesmo com a taxa de juros alta, a intenção de compra existe, mas talvez acabe migrando para um imóvel um pouco menor. Acho que não vai ter um crescimento muito grande, mas manter essa linha é possível. A velocidade das vendas essa, com certeza, vai diminuir porque as pessoas estão demorando mais para decidir”, conclui.