ABC - segunda-feira , 29 de abril de 2024

Método inédito atesta benefícios do vinho com economia

A FMABC acaba de criar um método totalmente novo e econômico do ponto de vista ecológico e financeiro para determinar o potencial de benefícios que esta bebida pode trazer à saúde. Para isso, o estudo utiliza a capacidade antioxidante de cada vinho, obtida por meio de uma reação química inédita de quantificação de polifenóis. Tais substâncias fazem bem ao coração e à circulação sanguínea graças às ações antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória e antitumoral.

O professor Titular de Química Analítica da FMUSP, Dr. Horacio Dorigan Moya afirma que a técnica utilizada atualmente para determinar o teor de polifenois é muito cara e o prejudica o meio ambiente.

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A pesquisa rendeu uma publicação no periódico científico Food Chemistry – um dos maiores do mundo na área de alimentos – pelo fato de ser totalmente inédita. O trabalho é resultado de uma parceria entre a Faculdade de Medicina do ABC e o Instituto de Química da Universidade de São Paulo.

Método inédito

Foram avaliadas 14 amostras de vinhos, sendo os tintos: Tannat, Syrah, Bonarda, Merlot, Rhône, Malbec, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Pinotage, Carmenère e Vitige e os brancos: Riesling, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Os vinhos possuem diferentes polifenóis e os 15 principais foram estudados separadamente, como é o caso do resveratrol – foco de diversos trabalhos em decorrência dos benefícios ao coração.

Dos vinhos tintos estudados, o que apresentou maior quantidade de polifenóis foi o Tannat, com 4,5 gramas por litro. O Pinot Noir teve o menor índice, com 1,4 g/L. Entre os brancos, a maior quantidade foi encontrada no Riesling, 0,23 g/L, e a menor no Sauvignon Blanc, 0,20 g/L.

Segundo Dr. Moya, se a intenção é buscar benefícios para a saúde por meio da ação dos antioxidantes, a solução é optar pelo vinho tinto, que apresenta uma quantidade de polifenóis cerca de dez vezes maior.

O método desenvolvido na Faculdade de Medicina do ABC é ecologicamente correto, pois em vez de utilizar metais pesados, traz como reagente um complexo de cobre, que pode ser reciclado e até mesmo reutilizado em outras reações. Além de sustentável, o método se mostrou uma vez e meia mais sensível que o método tradicional, o que permite quantificar microquantidades de polifenóis, conforme garante o professor de Química Analítica da FMABC.

O trabalho “The reduction of Cu(II)/neocuproine complexes by some polyphenols. Analytical application in wine samples” pode ser acessado gratuitamente na revista Food Chemistry (vol. 126, pg. 679–686) pelo site www.elsevier.com.

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