Cientistas e profissionais da saúde revelam que a ação do novo coronavírus (SARS-CoV-2), pode ser mais branda no organismo de crianças e adolescentes, por razões ainda desconhecidas. Entretanto, em muitos casos, esse fator pode mascarar a existência da doença neste público, devido a um sistema imunológico não totalmente desenvolvido, o que pode ser fator agravante em casos de diagnóstico precoce para quem tem algum comprometimento na saúde.
É o que alerta a neurologista pediátrica Gladys Arnez Quidiquimo, que em entrevista ao RDtv elencou cuidados básicos que pais e responsáveis devem ter com as crianças dentro de casa no período da quarentena. Por tratar-se de fortes vetores principalmente para o grupo mais vulnerável da doença, como os idosos, diabéticos e hipertensos, a orientação é manter as crianças isoladas deste público. “Mesmo sendo as menos afetadas, as crianças são igualmente infectadas, e podem trazer sérios riscos à saúde desse público mais frágil. Por isso a importância do isolamento”, orienta.
Segundo a pediatra, uma parcela de crianças e jovens pode, ainda, desenvolver apenas sintomas leves ou serem assintomáticos, o que mascara o diagnóstico da doença e pode aumentar as estatísticas de contaminados. “As razões ainda não são claras, mas os especialistas levam em consideração algumas hipóteses, como o sistema imunológico não estar bem desenvolvido o que pode confundir os pais e sugerir para um leve resfriado ou até mesmo gripe”, explica.
Nos diagnósticos, os sintomas descritos foram considerados menos severos em relação aos observados em adultos e idosos. As informações dos profissionais de saúde são de que, em sua maioria, as crianças apresentam febre, tosse, coriza e inflamação na garganta, nenhuma comum em relação aos adultos, como dores musculares e fortes dores de cabeça. “Percebemos que o impacto tem sido menor ou até mesmo assintomático”, comenta a médica.
A recomendação da profissional é que apenas pacientes com febre persistente e dificuldade de respirar, busquem atendimento nas unidades de saúde pública ou privada. Em casos de recém-nascidos, consultas agendadas ou de rotina, a orientação é ficar em casa e buscar o contato com a pediatra via telefone e/ou redes sociais. “Os médicos estão utilizando muito a telemedicina para poder ajudar, e é o correto. O ideal é que os pais busquem os hospitais somente em casos de doenças graves”, alerta. Quando apresentar sintomas comuns de gripe ou resfriado, a recomendação é ficar em casa e se tratar com anti-inflamatórios e analgésicos.