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Em entrevista ao RDtv concedida nesta sexta-feira (9), o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), defendeu que o Congresso Nacional mude o Código Penal para melhorar o trabalho de punição contra quem comete um crime. Além disso, defendeu um aumento das penas para porte e uso de drogas, fato que considera como chamariz para a criminalidade.
Após ser questionado sobre os projetos realizados pela Prefeitura são-bernardense na área de Segurança Pública, Morando cobrou o Congresso Nacional em relação ao código de punição brasileiro, considerando que o mesmo acaba dando a impressão contrária em relação as consequências para aqueles que cometem algum tipo de crime.
“No Brasil, infelizmente, a conduta que é dada as punições faz com que o crime passe a compensar. O cidadão rouba o comércio, se foi o primeiro delito dele, 48 horas depois ele está na rua. As pessoas precisam pagar pelas penas e não é o que acontece”, afirmou.
Na sequência defendeu uma maior punição para aqueles que portam ou que usam qualquer tipo de droga ilícita no país. “Não adianta falar do uso recreativo, não tem droga para uso recreativo, isso é balela. O movimento anda tentando descriminalizar o plantio da maconha. Toda violência é levada pela droga, está provado, eu não sou especialista em Segurança Pública, mas o caminho que induz a violência, o caminho que leva um garoto de 14 anos de pegar uma arma e roubar é a droga”, disse o prefeito de São Bernardo.
Momentos antes de conceder a entrevista, Orlando Morando se encontrou com um líder religioso (não citado) que o informou que houve um “aumento do consumo de maconha por todo o Uruguai” e de que era “insuportável” andar pelo país por causa do odor.
“Totalmente contra (a descriminalização) e não sou (contra) por achismo. Diferente de muitos que não conseguem pegar uma folha de sulfite e lê basta estudar que os países que descriminalizaram as drogas, dentre eles a Holanda, aumentou o número de dependentes”, completou.
Segundo o Sindicato da Polícia Holandesa (NPD, sigla para Nederlandse Politiebond), em documento apresentado ao Congresso Holandês em 2018, afirmava que o consumo de drogas, principalmente a maconha, era o motivo do aumento do número de roubos nas principais cidades do país.
O fato foi negado pelo Ministério da Justiça da Holanda, na mesma época, afirmando que o número de crimes cometidos foi reduzido em 25% nos nove anos anteriores, algo rebatido pelos policiais que consideram que os dados eram menores, pois “havia menos denúncias”.
Apesar de ser contra a legalização da maconha, Orlando Morando (PSDB) afirmou que era favorável ao acesso aos remédios feitos a partir do Canabidiol, um dos elementos da planta Cannabis Sativa, mas que não tem o princípio alucinógeno. “Se tiver autorização judicial, tudo autorizado, eu sou a favor, mas não podemos liberar o plantio. Considero que esse debate na verdade é uma disputa comercial”, concluiu.
Confira a íntegra da entrevista: