A Prefeitura de Diadema realiza diversas ações para incentivar a sociedade sem manicômios neste mês de maio, conhecido pelo mês da Luta Antimanicomial. O evento de abertura será na próxima quarta-feira (2), no Teatro Clara Nunes. A cerimônia contará com a presença da coordenadora estadual de saúde mental Rosângela Elias, além da apresentação de minidocumentário sobre a história da saúde mental em Diadema, além da exposição fotográfica resultante de oficina inclusiva com o fotógrafo Mauro Pedroso – Diadema a partir da lente dos usuários da Saúde Mental.
A proposta do movimento é que os hospitais psiquiátricos tradicionais sejam substituídos por serviços abertos de tratamento, buscando mais autonomia e a desinstitucionalização.
“A Secretaria de Saúde ressalta que a reforma psiquiátrica, traduzida também na luta antimanicomial, continue centrada no usuário, compreendido como sujeito de direitos e, sobretudo, comprometida com o cuidado em liberdade”, destacou o secretário, Luís Cláudio Sartori.
Atualmente, 1.500 munícipes são atendidos mensalmente nos cinco Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) de Diadema, sendo três serviços 24 horas, um CAPS AD (Álcool e Drogas) com Consultório de Rua e um CAPS Infanto juvenil. Além das 20 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que possuem equipes de saúde mental, compostas por assistente social, fonoaudiólogo, psicólogo e psiquiatra. Isso possibilita 100% de cobertura na cidade. Esse modelo de cuidado com serviço de psicologia na rede pública municipal foi pioneiro no país, em sua implantação, na década de 1990.
Os CAPS são serviços de porta aberta, ou seja, não precisam de encaminhamento. Neles, são oferecidos tratamentos para pessoas com sofrimento mental grave e moderado, sofrimento secundário ao uso de substância psicoativa e crianças e adolescentes com doença mental.
“Entendemos o tratamento não apenas como a ‘cura’ ou ausência da doença mental, mas como a possibilidade de estar na vida, exercendo sua cidadania como qualquer outra cidadão. Para isso olhamos e respondemos ao sujeito desde os sintomas psicopatológicos (tratamento médico/medicamentoso), assim como para a realização de suas atividades no cotidiano e seus projetos de vida (atendimentos de assistência social, terapia ocupacional e enfermagem)”, explicou a coordenadora de Saúde Mental, Denise Miyamoto de Oliveira.
Além disso, há investimento em programas de inclusão social pela arte, cultura e trabalho. “Lembrando que durante anos o único tratamento oferecido às pessoas com transtorno mental era apenas a internação em hospitais psiquiátricos, sem que o paciente pudesse opinar e participar de qualquer decisão sobre a sua vida. Então, hoje, os esforços são para que a doença mental não seja vista como incapacitante e sim como uma possibilidade de existência humana”, completou a também coordenadora de Saúde Mental, Fernanda Cestaro Prado Cortez.
A usuária G., diagnosticada com distúrbio mental, síndrome do pânico e depressão, realiza tratamento no CAPS desde 2000 e conta que recebeu o apoio que precisava. “O CAPS é maravilhoso. É um local que eu me identifico. Lá, eu recebi o apoio que não tenho da minha família. Antes do CAPS eu ficava mais internada do que em casa, eu não sabia falar meu nome. Hoje, eu faço curso na Fundação Florestan Fernandes e estou muito feliz”.
Programação
Mês da Luta Antimanicomial
02/05 – Teatro Clara Nunes – 14h
Rua Graciosa, 300 – Centro
Evento de abertura do Mês da Luta Antimanicomial, com a presença da coordenadora Estadual de Saúde Mental Dra. Rosângela Elias, apresentação de “mini documentário” sobre a História da Saúde Mental em Diadema e apresentação “Diadema a partir da lente dos usuários da Saúde Mental – fotografias”
11/05 – CAPS Norte – 9h
Rádio “Frequência F20” e Coral do CAPS Norte na Quadra Jd. ABC
18/05 – “Diadema na Paulista”
25/05 – Sarau no CAPS SUL – 13h
29/05 – 13 h – “Paulista em Diadema”: caminhada saindo do CAPS Leste, passando pelo AD e encerrando no Teatro Clara Nunes com uma “Balada” organizada pelo CAPS IJ