Com os funcionários da Prefeitura paulistana puxando o coro de “Lula na cadeia”, o ato dos prefeitos da Capital, João Doria, e de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), neste sábado (15), na divisa entre os dois municípios, foi marcado por fortes críticas ao ex-presidente e ao PT. O chefe do Executivo de São Paulo opinou sobre o destino do tucanato nacional, afirmando ser a favor de que o senador Aécio Neves não retorne ao comando da legenda.
Durante seu discurso, Doria fez questão de falar sobre a condenação do ex-presidente da República. “A minoria ruidosa vai ter que aplaudir o Lula em Curitiba (em referência a seda da Polícia Federal). Vai chegar a vez dele. Está chegando a vez dele, sim”, bradou o tucano que afirmou que não pretende ser candidato apesar dos gritos para aceite uma provável indicação do PSDB.
As palavras usadas pelo chefe do Executivo paulistano foram ficando cada vez mais duras com o passar do tempo. Em determinado momento, João Doria chamou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) de “anta” por causa do período de recessão e os 14 milhões de desempregados existentes no país.
Por fim, disse que quer Lula como candidato a presidente, em 2018, e considera que o povo não vai eleger e que na sequência o petista será preso. Mesmo não citado, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho também foi criticado tanto por Doria quanto por Orlando Morando. Apesar da presença de munícipes contrários aos gestores tucanos, não houve qualquer tipo de debate mais acalorado entre os presentes.
Protesto
Doria também comentou sobre o protesto em frente a sua casa, neste sábado, realizado por defensores de Lula. O tucano chamou os manifestantes de “safados” e disse que não venderá a sua consciência.
Aécio Neves
Questionado sobre uma possível volta do senador mineiro para presidência nacional do PSDB, João D0ria afirmou que é a favor da manutenção do presidente interino Tasso Jereissati. “Isso não é abandonar o senador Aécio Neves, mas sim dar tempo para que ele possa se defender das acusações e manter os planos do partido”, disse o tucano.
Sobre a permanência do PSDB na base aliada do presidente Michel Temer (PSDB), o prefeito da Capital considera que melhor situação para o partido é manter sua posição após a aprovação de todas as reformas e depois fazer a “saída gradativa do governo”, mas dando a oportunidade para que os ministros filiados à legenda possam escolher entre deixar ou não os cargos.
Por fim, Doria afirmou que defenderá a indicação de Orlando Morando para a Executiva Nacional do PSDB para que exista um “representante da ‘onda azul’”, como foi chamado o movimento político que acabou na eleição de vários prefeitos tucanos. “Não é justo fazer esse grande trabalho aqui em São Paulo e não nos fazer representados na Executiva para fazer as mudanças necessárias para o país”, concluiu.