Analistas apontam aumento de probabilidade de eleições antecipadas na Itália

Os riscos políticos na zona do euro continuam ativos e podem pesar sobre a moeda comum com o aumento da probabilidade de a Itália convocar eleições antecipadas para este ano, apontou o Commerzbank em relatório.

De acordo com o banco alemão, já há sinais de que os políticos italianos podem realmente chegar a um consenso sobre reformas eleitorais no país. O risco, segundo a instituição, é de que a eleição antecipada mostre aos participantes do mercado que há um número considerável de eurocéticos e anti-União Europeia na Itália.

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O jornal britânico Financial Times divulgou que o ex-primeiro-ministro, Matteo Renzi, líder do partido de centro-esquerda Democrático, já iniciou conversas com os partidos de oposição, incluindo o Movimento Cinco Estrelas, eurocético, e o líder do partido de centro-direita, Silvio Berlusconi, sobre um novo sistema eleitoral, o que permitiria a antecipação das eleições “nos próximos meses”.

Segundo o jornal britânico, a Itália já é vista como o “próximo teste de sentimento populista” no bloco. Em entrevista para a publicação, o economista Lorenzo Codogno alertou que o risco de uma eleição antecipada na Itália já subiu para 60%.

Em entrevista ao jornal italiano Il Messaggero, Renzi afirmou que é a favor de um sistema eleitoral “ao estilo alemão” – baseado em representação proporcional e compartilhamento de poder – e ainda sugeriu que a Itália poderia realizar a votação no mesmo dia que a Alemanha, em setembro.

O BBH aponta que “o alerta foi dado” de que a Itália pode convocar eleições antecipadas, com relatos sugerindo que a essência de uma reforma eleitoral já teria sido acertada. Segundo o BBH, seria um novo sistema “puramente representativo”, sem maior número de assentos no parlamento para a maioria vencedora e com aumento do limite de participação, o que poderia minimizar uma fragmentação política.

O Barclays também alertou que aumentaram as chances de uma antecipação nas eleições italianas. “Prevemos riscos não negligenciáveis de que partidos de oposição possam conquistar o governo”, avaliou o banco, acrescentando que espera ver maior volatilidade em ativos italianos e de mercados europeus considerados periféricos nas próximas semanas.

Segundo o Financial Times, os problemas econômicos na Itália, juntamente com o aumento do fluxo de imigrantes, deu força à partidos como o Cinco Estrelas, “impulsionando o nervosismo na Europa sobre as direções políticas do país.”

Em nota, o Barclays disse que seu cenário básico ainda é de que as eleições gerais italianas serão realizadas no próximo ano, mas reconhece “maior pressão por eleições antecipadas por todo o espectro político”.

Sem um acordo sobre a reforma eleitoral, o atual governo de centro-esquerda do primeiro-ministro, Paola Gentiloni, deve continuar seu mandato até o começo de 2018.

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