A nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) apresentou melhora no ABC entre 2013 e 2015; os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (8). Das cidades da região que foram avaliadas, cinco alcançaram a meta prevista para o período com relação à 4ª série / 5º ano do ensino fundamental. Porém, nenhum município da região bateu a meta do índice dos alunos da 8ª série / 9º ano. Rio Grande da Serra foi a única cidade que não teve nenhum resultado para a série informado.
O Ideb, criado em 2007 e com nota calculada a cada dois anos, visa reunir indicadores de fluxo escolar e média do desempenho de avaliações, como a Prova Brasil. O índice é realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC). A entidade divulgou que São Caetano teve o melhor resultado do ABC (do ciclo I do ensino fundamental – 5º ano), ao passar de 6,6, em 2013, para 7,2; a expectativa era alcançar 6,6.
A cidade que menos pontuou foi Mauá, que se limitou a apresentar o índice igual a meta: 5,2; a cidade alcançou 4,3 na última pesquisa. Santo André pontuou 6,2, São Bernardo 6,8, Diadema e Ribeirão Pires 6,3; as expectativas para o índice eram de 6, 6,6, 6,1 e 6,4, respectivamente. Apenas Ribeirão Pires não alcançou a meta. Para efeito de comparação, a nível nacional o Ideb foi de 5,5 no ciclo I, e 4,5 no ciclo II. A nota do Estado de São Paulo foi de 6,4, no ciclo I e 5 no ciclo II. No ensino fundamental II o País não cumpriu a meta que era de 4,7.
Na região o resultado também não foi positivo para o ciclo II. Nenhuma das cidades que tiveram resultados divulgados conseguiu alcançar a meta. São Caetano registrou índice de 6, mas a meta era de 6,4. Mauá esperava bater 4,5, mas ficou com 3,9. Ribeirão Pires registrou 5,4, sendo que o esperado era 6. As outras cidades não tiveram as notas divulgadas.
De acordo com o gestor da Escola de Educação da Universidade Federal de São Caetano do Sul (USCS) e professor do mestrado em Educação da entidade, Nonato Assis de Miranda, a diferença entre o desenvolvimento do ensino fundamental I e II se dá pela ruptura que o aluno sofre na transição dos ciclos. “Os anos iniciais do ensino fundamental tendem a ser bem avaliados, pois a criança é acompanhada apenas por um professor polivalente, criando um vínculo maior”, diz Miranda.
Ainda segundo o gestor, quando o aluno segue para a 8ª série / 9º ano, há muitos professores, o que dificulta uma conexão maior entre aluno e docente, o que faz com que o rendimento escolar seja comprometido. “Uma saída seria trabalhar por áreas de conhecimento e menos por componentes curriculares. Assim haveria menos professores e, provavelmente, mais vínculos, ajudando na adaptação”, pontua Miranda.
Sem querer comentar o resultado, o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, os dados do Ideb divulgados serão ainda analisados pelas escolas, diretorias de ensino e secretarias de Educação. O Grupo de Trabalho Educação do Consórcio tem reunião nesta sexta-feira (9), e o assunto deve estar em pauta para discussão com análise de cada município.
As escolas também foram avaliadas pelo Inep. As que tiveram a maior nota com relação ao ensino fundamental I foram: Emeief Mariangela Ferreira Aranda Fuzetto, 7,2 (Santo André); Profº Emeb Geraldo Hypolito e Profª Emeb Kazue Fuzinaka, 7,6 (São Bernardo); Emef 28 de Julho, 7,7 (São Caetano); EM Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro Ministro, 7,2 (Diadema); EM Cora Coralina, 5,1 (Mauá) e Profª EM Lavinia de Fugueiredo Arnoni 6,8 (Ribeirão Pires).
O ciclo II do ensino fundamental registrou, como as escolas mais avaliadas, as instituições Profº EM Vicente Bastos, de São Caetano, com índice de 6,2; EM Cora Coralina, de Mauá, 5,1; e Profº EM Sebastião Vayego de Carvalho, de Ribeirão Pires, com índice de 5,9.