Mantega: é cedo para avaliar impacto do dólar na inflação

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirma que ainda é cedo para avaliar o impacto da recente disparada do dólar na inflação e possível impacto na trajetória dos juros. O dólar abaixo de R$ 2 era um dos principais argumentos para a manutenção do atual ritmo de queda dos juros, mesmo com demanda mais aquecida. Hoje, o dólar passou todo o dia acima desse patamar, chegando a bater R$ 2,127.

“Faz 24 horas que o dólar está em R$ 2,10. Vamos aguardar o próximo Copom (Comitê de Política Monetária) e os diretores do BC (Banco Central) terão a lucidez de avaliar se isso pode ter algum impacto (sobre a inflação) ou não. Nesse momento, a resposta é não. Mas se houver algum risco eles vão fazer a avaliação adequada e não agora com muitos dias de antecedência”, analisou o ministro, em entrevista à Agência Estado.

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Mantega frisou que a produtividade está crescendo “de forma importante”, os preços administrados têm caído, havendo muitos fatores favoráveis para redução de preços no Brasil. De qualquer modo, o ministro disse que é preciso esperar por um cenário mais estável. “Não é no meio de um furacão que você vai fazer uma avaliação correta e ter os preços adequados. Os preços estão fora do equilíbrio”, comentou.

Commodities

Ele disse ainda que não está preocupado com uma redução de preços das commodities. “Temos gordura, temos mais de US$ 40 bilhões de saldo comercial. Então, se tiver menos que US$ 40 bilhões, em US$ 35 bilhões, isso não afeta a situação comercial brasileira”, avaliou. “Podem cair os preços das commodities? Podem cair. Afeta o Brasil? Muito pouco. O Brasil hoje é movido principalmente pelo mercado interno”, acrescentou.

Segundo o ministro, mesmo que haja uma pequena desaceleração no comércio mundial, a economia brasileira continuará crescendo a “taxas aceleradas”. “Pois mais de 80% do PIB é explicado pela atividade doméstica e não pela atividade externa. E ela vai muito bem, obrigado”, concluiu.

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