ABC - segunda-feira , 29 de abril de 2024

Chile tem melhor clima econômico da AL em dez anos

Na média dos últimos dez anos, o Índice de Clima Econômico (ICE) do Brasil ficou em 5,8 pontos – a segunda maior pontuação entre 16 países na América Latina, perdendo apenas para o Chile, que registrou resultado de 6,2 pontos. A informação consta da primeira edição da Sondagem Econômica da América Latina, feita em parceria pelo Institute for Economic Research at the University of Munich, ou Instituto IFO, e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo a professora da FGV Lia Valls, o resultado é compatível com a conjuntura dos dois países. Ela comentou que as reformas estruturais no Chile datam de antes da década de 90, e seus reflexos podem ser sentidos no cenário econômico daquele país até hoje.

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Entretanto, a estudiosa fez ressalvas em se efetuar comparações entre os cenários chileno e brasileiro. “Comparar o Chile com o Brasil é algo muito diferente. O Chile tem 16 milhões de habitantes”, disse, considerando que os problemas lá são resolvidos de uma forma diferente da do Brasil, um país de proporções continentais e com população dez vezes maior. “São realidades muito diferentes. O caminho para a estabilidade no Chile é diferente do caminho do Brasil. A agenda brasileira é muito mais complicada”,disse.

A pesquisadora também usou as mesmas explicações ao justificar a sétima posição do Brasil no ranking de ICE médio histórico entre 16 países latino-americanos. Ela comentou que o Brasil estar atrás de países como Uruguai – que ocupa a primeira posição -, Peru e Costa Rica não é uma informação que pode ser considerada ruim.

Na avaliação da professora , embora a taxa de crescimento do PIB desses países possa ser maior do que a do Brasil, a composição do PIB desses países é completamente diferente da composição brasileira. Como atualmente se vive em uma onda de um bom cenário na economia mundial, com aumento nas exportações mundiais, a economia da maioria desses países, que têm suas vendas externas atreladas principalmente às commodities agrícolas demandadas no mercado internacional, está sendo impactada favoravelmente.”Para esses países, menores territorialmente, é muito mais fácil uma melhora no PIB do que para o Brasil”, disse.

Para o diretor de Pesquisas Industriais do IFO, Gernot Nerb, a posição do Brasil é relevante – entretanto, na avaliação do analista, mais importante seria perceber que existe uma curva ascendente de crescimento na economia mundial, e que os países da América Latina estão participando ativamente dela.

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