Marco Maciel quer debater regulamentação do lobby

O senador Marco Maciel (DEM-PE) vai propor ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que o seu projeto de regulamentação da atividade de lobby volte à pauta para votação em plenário. Mesmo sem citar diretamente a crise do Senado que envolve a relação controversa do presidente da Casa, senador Renan Calheiros, com o lobista da Mendes Júnior Cláudio Gontijo, o senador disse hoje no Rio que o projeto que tramita no Congresso há 18 anos e está parado há 17 na Câmara “tem uma enorme atualidade”.

“Fico pensando que, se esse projeto tivesse sido aprovado, talvez muita coisa que aconteceu não teria acontecido”, afirmou Maciel durante a palestra que fez na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, sob o tema “A Importância da Ética na Regulamentação da Atividade do Lobby”. Na saída, o senador evitou falar sobre o caso de Renan, mas indicou que aproveitará a crise para pressionar pela volta da proposta à ordem do dia da Câmara. Ele contou que foi procurado por Chinaglia para uma conversa e quer aproveitar o encontro para interceder pelo projeto. A conversa entre os dois, segundo ele, deve acontecer na semana que vem.

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A proposta de Maciel prevê que os profissionais dedicados ao lobby sejam cadastrados para circular no Congresso e fiquem sujeitos à fiscalização da Receita Federal. Dessa forma, os encontros entre lobistas e políticos seriam algo oficial, institucionalizado e transparente. “O projeto é simples, não é nada draconiano”, defendeu Maciel. O senador argumentou que a maioria dos países democráticos já tem o lobby regulamentado. “Na medida em que essa atividade for disciplinada, as pessoas terão outra interlocução com o próprio Congresso. Uma interlocução transparente interessa aos que querem se dedicar seriamente à atividade.”

Maciel se disse “descrente” em relação à aprovação de uma reforma política no Congresso, que ele gostaria de ver acompanhada de uma série de aprimoramentos institucionais, entre eles a regulamentação do lobby. “Acreditei muito que nessa legislatura faríamos logo as reformas políticas. Pois terminamos o primeiro semestre legislativo hoje e não aprovamos nada”, lamentou. Para ele, a reforma política teria efeitos para além da vida partidária, até mesmo na economia e na imagem do País no exterior.

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