Falta de medicamentos prejudica pacientes do Hospital Mário Covas

Pacientes esperam atendimento em farmácia do hospital (Foto: Amanda Lemos)
Pacientes esperam atendimento em farmácia do hospital (Foto: Amanda Lemos)

A farmácia do Hospital Mário Covas, em Santo André, volta a ser alvo de reclamações sobre problemas na distribuição de medicamentos. Como se não bastassem as longas filas de espera, os problemas de estoque do hospital e de comunicação interna continuam gerando dor de cabeça aos pacientes do ABC.

A moradora de Santo André, Sueli de Souza, esteve no hospital na última segunda-feira (16), para retirar o medicamento Galantamina, utilizado no tratamento do mal de Alzheimer de seu pai. Porém, foi impedida de retirar após ser informada pela recepcionista que não há o medicamento em estoque. “Me mandaram enviar um e-mail para o hospital com o nome do medicamento que preciso e assim que tivessem o remédio me avisariam. Sorte que restam alguns do mês passado, pois não tenho dinheiro para comprar o remédio que meu pai precisa”, conta.

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Para Antônio Alfonso de Brito, de 65 anos, morador de Mauá, o problema é ainda maior. “Normalmente tenho de retirar três colírios para tratamento dos olhos. Mas sempre que venho faltam um ou dois dos medicamentos, nunca tem todos os remédios. Já faz quatro meses que venho aqui e saio com algum faltando”, relata.

Outro problema é a falta de comunicação do hospital com médicos e pacientes. Moradora de Mauá, Kátia Sousa relata que não conseguiu retirar o medicamento Galantamina na farmácia de alto custo porque não foi avisada previamente da necessidade de levar resultados de exames. “Não nos avisaram que era necessário trazer os exames. É complicado, pois o tratamento não pode ser interrompido, e eu não posso ficar sem o medicamento por problemas de comunicação”, afirma.

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central de Santo André o problema de desabastecimento se repete. O paciente Wilton Pedro Gomes, morador da cidade, necessitou do antibiótico amoxicilina para tratamento da pneumonia de sua filha, mas mesmo com a prescrição médica não conseguiu retirar o remédio.

Procurada pela equipe do RD, a UPA Central afirma que não há falta do antibiótico amoxicilina 250mg/5ml (suspensão) e 500mg (cápsulas) na farmácia da Unidade Hospitalar. A Secretaria Estadual da Saúde também foi procurada mas não respondeu até o fechamento desta edição.

Descentralização

A Farmácia de Alto Custo do Hospital Mário Covas atende moradores de todo o ABC. No ano passado, o governo do Estado chegou a sinalizar que poderia descentralizar o atendimento, mas até agora a proposta não foi concretizada.

A ideia era que outras unidades de saúde da região, como os AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades) de Mauá e Santo André, também passassem a distribuir esses medicamentos, o que ajudaria a desafogar o atendimento no Mário Covas.

(Colaborou Amanda Lemos)

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