São Bernardo lança Cadastro Geral das Indústrias

O levantamento informa, ainda, que a cidade produz 875 tipos de produtos que são vendidos, em sua maioria, para a própria região do ABC (Foto: Pedro Diogo)

Em encontro realizado nesta terça-feira (26/5), a Prefeitura de São Bernardo, empresários e instituições de ensino lançaram o Cadastro Geral das Indústrias (CGI), iniciativa que registrou os tipos de indústrias instaladas no município e visa oferecer uma plataforma para as relações econômicas das empresas. Segundo Maria do Carmo Romeiro, da Universidade São Caetano do Sul (USCS), que liderou a catalogação do CGI, o programa não beneficiará apenas a Prefeitura da cidade, mas também todo o setor produtivo.

“Queremos que as empresas tenham um mecanismo para estreitar relações e se fortalecer”, diz Maria do Carmo. O CGI traz um mapeamento detalhado das indústrias, com informações que podem ser acessadas em um painel virtual interativo. A pesquisa encabeçada pela professora revelou que São Bernardo sedia em torno de 1.484 unidades produtivas. “Dessas empresas, 1.241 foram cadastradas no CGI. 92,6% delas são micro ou pequenas empresas, 6,2% são médias e 1,2% são grandes”, esclarece Maria do Carmo. “Entretanto, as maiores empresas representam em torno de 50% das vagas no mercado de trabalho”.

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O levantamento informa, ainda, que a cidade produz 875 tipos de produtos que são vendidos, em sua maioria, para a própria região do ABC. “88,3% das empresas vendem para São Bernardo e cidades vizinhas, seguido pela Grande São Paulo, 70,7%, e interior de São Paulo, 46,5%”, esclarece a professora. Maria do Carmo destaca os registros do perfil dos trabalhadores. “67,5% são homens, 40,4% têm idade de 30 a 45 anos e 51,7% tem ensino médio completo. Este é um nível bem alto de escolaridade”.

Luiz Marinho

O prefeito Luiz Marinho (PT) esteve presente na cerimônia e, em discurso, afirmou que o investimento na cadeia produtiva pode resolver a atual crise orçamentária da cidade. “A dificuldade que enfrentamos atualmente é quanto à arrecadação de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), uma defasagem de até R$ 300 milhões”, diz Marinho. “Nossa agenda de investimentos é extensa, passa pela área industrial e de serviços, e inclui reformas de infraestrutura, como as obras contra enchentes”.

O prefeito criticou, ainda, o governador do Estado de São Paulo por não tomar iniciativa para solucionar os problemas de enchentes na rodovia Anchieta. “Estamos em diálogo com Geraldo Alckmin (PSDB) para tratar desse assunto, porque é responsabilidade do estado. Eu não entendo a cabeça de gestores que não fazem obras dizendo que são caras. Não é justificável”.

Ao ser questionado quanto a possibilidade de o investimento na indústria resgatar a dependência da região ao setor, Marinho defendeu que não se pode investir em serviços e construção imobiliária sem fomentar a indústria. “A cadeia produtiva é a maior geradora de massa de renda. É claro que devemos investir em entretenimento, comércio e outros serviços, mas temos que preservar a indústria”. O prefeito afirmou, por fim, que as reformas de infraestrutura na cidade devem melhorar o acesso de moradores vizinhos, mas o objetivo não é atrair pessoas “demais”. “A cidade tem capacidade para 1,2 milhões de habitantes, no máximo. Mais do que isso os problemas sociais serão iguais aos de São Paulo, e não é o que queremos”.

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