Medicina ABC comanda primeira cirurgia de troca de sexo

Hospital Mário Covas também será um local para capacitação de profissionais do SUS nesse tipo de intervenção (Foto: Divulgação)

O Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, acaba de ser definido pela Secretaria de Estado da Saúde como centro referenciado para realização de cirurgias de troca de sexo. Conhecido tecnicamente como redesignação sexual, o procedimento será destinado à população transgênero atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira intervenção na unidade está agendada para esta quarta-feira, dia 6 de maio, às 10h. Os trabalhos são coordenados pela disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina do ABC, em conjunto com o Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP.

“A expectativa nesses primeiros meses é de realizarmos até duas cirurgias de redesignação sexual por mês. Trata-se de mais um serviço que a faculdade passa a oferecer à sociedade e que completa o trabalho que já desenvolvemos no campo da cirurgia genital. Até então, nosso foco eram procedimentos reconstrutivos, em casos de traumas ou de crianças com malformações, por exemplo”, explica o professor de Urologia da FMABC, Roberto Vaz Juliano.

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A primeira cirurgia no ABC será em paciente de 32 anos, para transformação do órgão masculino em feminino. “É um procedimento de alta complexidade, cuja duração média é de 3h30 minutos. Faremos a chamada genitoplastia, também conhecida como plástica genital, para promover a resignação de sexo no paciente”, explica.

De acordo com o urologista, a cirurgia preserva os nervos existentes no órgão genital de forma que a sensibilidade é mantida, o que permite ao paciente sentir prazer normalmente durante o ato sexual. O médico também explica que o procedimento não termina apenas com o ato cirúrgico. É necessário aguardar cerca de 40 dias para cicatrização e irrigação dos tecido. “Em geral, são necessários seis meses para saber se o resultado foi satisfatório. O pós-operatório é complicado e o paciente precisa de um acompanhamento médico constante”.

Triagem
Todos os pacientes a serem operados no Hospita Mário Covas serão preparados e encaminhados pelo Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP, na zona sul da Capital. Conforme preconiza o Conselho Federal de Medicina, quem deseja realizar esse tipo de procedimento necessita de acompanhamento multiprofissional por pelo menos dois anos antes da cirurgia.

Além de responder pelo cuidado integral antes cirurgia, a equipe de psicólogos, psiquiatras, endocrinologistas, urologistas e ginecologistas do CRT DST/AIDS-SP também estará responsável pelo acompanhamento e tratamento pós-cirúrgico, em trabalho integrado com profissionais da FMABC e do Hospital.

Além de ampliar a oferta de cirurgias de troca de sexo no Estado e atender a um direito dos cidadãos, o Hospital Mário Covas também será um local para capacitação de profissionais do SUS nesse tipo de intervenção.
 

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