Pesquisa de pós-graduação da UFABC cria tinta que muda de cor

Projeto foi realizado em parceria com a STC Silicones, de Ribeirão Pires Foto: Divulgação

A UFABC (Universidade Federal do ABC) criou, em parceria com a empresa STC Silicones uma tinta que muda de cor conforme o aumento de temperatura. O projeto foi resultado de uma demanda da STC para resolver o problema de gasto excessivo com a produção de isoladores elétricos feitos de cerâmica.

O professor da UFABC, Wendel Andrade Alves, orientador das pesquisas, explica que a cerâmica é um material muito caro e por isso a alternativa encontrada pela STC foi a utilização de silicone na produção desses isoladores.

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No entanto, o silicone é um material que demora a manifestar qualquer alteração quando ele sofre aumento de temperatura e, segundo Alves, o silicone puro só se torna incandescente quando ele está muito próximo de entrar em curto-circuito, a ponto de deixar a população sem energia. “Quando a tinta é aplicada, nós conseguimos perceber o aumento da temperatura quando o isolador atinge por volta de 60ºC e podemos fazer a troca há tempo”, diz.

Alves ainda ressalta a importância dessa nova tecnologia no diagnóstico de superaquecimento em áreas de condições adversas de monitoramento. “Essa nova tinta dispensa o uso de infravermelho para verificar o aumento de temperatura em regiões de mais difícil acesso, como a Mata Atlântica, por exemplo, e permite o diagnóstico a olho nu por conta da coloração azulada que o material adquire”, afirma o professor.

O orientador também conta que a tinta é um produto barato, o processo de pintura é simples e que ela não modifica as características naturais do silicone. “As propriedades mecânicas são mantidas e simplesmente é um banho a mais que você tem que fazer no produto.”

Patente

As pesquisas já foram patenteadas no final do ano passado e agora o professor explica que a universidade está na etapa de fazer contato com as principais empresas de produção e fornecimento de energia elétrica, a fim de implantar o uso da tecnologia em escala federal. “A grande questão é a motivação das empresas e agora nós estamos em conversa com a Eletrobrás e a Cemig para poder vender a nossa ideia e conseguir aplicar isso em qualquer região do País”, declara Alves, que completa: “mas antes é preciso criar a demanda, e são eles que fazem isso”.
 

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