Donisete muda comando da Sama e troca três secretarias

Baumgartner, Ruzibel Sena, Jocelen Ramires e Elídio Moreira (Foto: Divulgação)

O prefeito Donisete Braga (PT) anunciou nesta quinta-feira (16) troca no comando da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), responsável pela distribuição de água na cidade. Paulo Sérgio Pereira deixa a função de superintendente da autarquia e passa o bastão para Alessandro Baumgartner, atual secretário de Finanças.

A mudança provocou outras alterações no primeiro escalão da gestão petista. A atual chefe de Gabinete, Ruzibel Sena de Carvalho, passa a comandar a secretaria de Finanças no lugar de Baumgartner.

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Jocelen Ramires deixa a secretaria de Comunicação para virar chefe de Gabinete e Elídio Moreira deixa o cargo de superintendente da Arsep para assumir a pasta de Comunicação. O nome do novo comandante da Arsep (agência que regula a cobrança de água e esgoto) ainda não foi definido.

Jacomussi fora

A saída de Paulo Sérgio Pereira da Sama é motivada por razões políticas – apesar de o prefeito de Mauá garantir que a troca foi de caráter técnico. O pano de fundo da mudança de comando é a relação do Paço com grupo político da família Jacomussi, ligado a Pereira.

Donisete tentou, sem sucesso, amarrar com o deputado estadual Átila Jacomussi (PCdoB) e o vereador Admir Jacomussi (PRP) apoio à sua reeleição em 2016. Sem conseguir costurar um acordo, decidiu retirar a autarquia da influência do clã. Átila pretende ser candidato a prefeito em 2016.

O prefeito de Mauá adotou tom diplomático. “Eu não vou usar a palavra rompimento. É natural que a gestão tenha alternância de secretarias. É uma composição de caráter mais técnico do que político. O Admir continua fazendo parte da base do governo [na Câmara]”, afirma Donisete. “O [grupo político dos Jacomussi] continua com espaço aberto dentro do governo”.

Desafios

Alessandro Baumgartner toma posse como superintendente da Sama já nesta sexta-feira (17). Dois assuntos surgem como prioridade: continuar o processo da PPP (Parceria Público-Privada) da água e lidar com a queda de arrecadação da autarquia, motivada pela diminuição do consumo resultante da crise hídrica.

A Sama, que em média faturava R$ 6,5 milhões por mês, arrecada hoje cerca de R$ 4,5 milhões mensais. “A redução de toda a área de saneamento foi na casa de 30% por causa da crise hídrica. O primeiro grande trabalho é fazer com que a empresa volte a caber dentro da receita dela, que não é a mesma de seis meses atrás”, afirma Baumgartner, que também foi secretário de Assuntos Jurídicos na gestão Donisete Braga.

A PPP da água está suspensa desde 24 fevereiro pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). A suspensão ocorreu a pedido da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que cobra de Mauá dívida de R$ 1,8 bilhão. Na visão da empresa estadual, o edital não dá garantias de que o débito será quitado.

O objetivo da Parceria Público-Privada é, na prática, privatizar a distribuição de água em Mauá, que deixaria de ser responsabilidade da Sama. A coleta e o tratamento de esgoto já estão nas mãos da iniciativa privada – o serviço é realizado pela Odebrecht Ambiental.

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