Fatores técnicos e tensão política fazem juro descolar do dólar e subir

Os juros futuros se descolaram do dólar e terminaram em alta nesta quinta-feira, 16, com a cautela em relação ao cenário político, o leilão do Tesouro nesta manhã e comentários do diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, ontem.

Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o DI para julho de 2015 (102.605 contratos) projetava taxa de 13,059%, ante 13,030% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 (252.440 contratos) estava em 13,34%, de 13,27%. O DI janeiro de 2017 (267.400 contratos) avançava para 13,02%, de 12,95%. E o DI janeiro 2021 (152.620 contratos) apontava 12,51%, de 12,40% no ajuste. Nos EUA, o juro da T-note de 10 anos estava em 1,878%, de 1,889% no fim da tarde de ontem. O dólar à vista no balcão terminou a sessão com queda de 0,99%, cotado a R$ 3,0100, o menor valor desde 5 de março.

Newsletter RD

Fatores técnicos fizeram as taxas subirem antes do leilão de títulos prefixados realizado pelo Tesouro nesta manhã. À tarde, os juros diminuíram um pouco os ganhos, com o dólar exercendo pressão de baixa e os Treasuries sem muita direção. Enquanto aguardam o pronunciamento do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na reunião do FMI hoje, os participantes do mercado ainda repercutem as declarações de Awazu ontem. Ele afirmou que a política monetária no Brasil foi, está e seguirá vigilante para que a inflação alcance a meta de 4,5% no final de 2016.

O cenário político também permaneceu no radar, após derrotas do governo no Congresso ontem em questões trabalhistas.

Entre os “Fed boys”, por um lado, o presidente da distrital de Atlanta, Dennis Lockhart, afirmou que, quanto mais o banco central dos EUA esperar para elevar os juros, mais os indicadores econômicos vão confirmar as previsões e o caminho da normalização será mais previsível. E o chefe de Boston, Eric Rosengren, disse que “nenhuma das condições foi alcançada” para elevar os juros. Já a comandante da regional de Cleveland, Loretta Mester, comentou que estaria de acordo com um aumento de juros “relativamente breve” se os indicadores apoiarem essa possibilidade.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes