Consórcio volta a cobrar mais transparência da Sabesp

Plano de emergência da estatal foi prometido há dois meses, mas até agora nada foi divulgado (Foto: Évora Meira)

O Consórcio Intermunicipal Grande ABC voltou a exigir mais transparência do governo estadual em relação às ações para minimizar os problemas relacionados à falta de água na região metropolitana. A cobrança foi feita durante o seminário 90 anos da Billings realizado na manhã desta quinta-feira (26) pelo Consórcio em parceria com a UFABC (Universidade Federal do ABC), no campus da instituição de ensino, em São Bernardo.

Há dois meses, depois de ser pressionado pelos membros do Consórcio, o governo estadual prometeu divulgar o seu plano de ação para evitar o colapso dos mananciais que abastecem a Grande São Paulo e também informar a população sobre a situação das represas de maneira mais detalhada. Mas até o momento, o Consórcio não recebeu nada de relevante do governo ou da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

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O secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo e membro do Grupo de Trabalho Meio Ambiente do Consórcio, João Ricardo Guimarães Caetano, disse que a Sabesp e o governo Alckmin não têm interesse em admitir a crise. “Confirmar que há uma crise é admitir a incapacidade de administração. A gente pode definir a gestão dos recursos hídricos como um verdadeiro improviso”, afirma o secretário.

Na mesma linha de pensamento de Caetano, o coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental e membro do Coletivo de Luta pela Água, Edson Aparecido da Silva, lamentou também que a Sabesp ocultou, durante o ano passado, que havia falta de água e racionamento. “O diálogo com a população precisa ser mais aberto e franco”, diz Silva.

Soluções

Entre as soluções para sair dessa situação, a microbióloga e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Marta Angela Marcondes explica que a população deve trabalhar em conjunto e fazer a lição de casa, pois cabe a cada cidadão fazer uso consciente da pouca água que resta e evitar o despejo de lixo nas represas. “Eu abaixei minha guarda. Já briguei com muita gente e agora estou disposta a dialogar com qualquer um, basta a pessoa querer alguma mudança”, completa Marta Angela.

Edson Aparecido da Silva frisou que também é preciso uma mudança na política de gestão para adequá-la à realidade atual. “Nós devemos combinar a disponibilidade de água com demanda. Não adianta trabalhar com a oferta daquilo que não existe.”

O secretário João Ricardo emendou que também é necessário a fiscalização e o controle das construções habitacionais em áreas de preservação dos mananciais. Mas essas iniciativas dependem da ajuda do governo estadual. “Não dá para fazer isso se o estado continuar ausente”, desabafou.

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