Em sessão tumultuada, São Caetano aprova repasse ao Consórcio

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Foram mais de quatro horas de sessão na Câmara de São Caetano. A polêmica se deu na apreciação do projeto do Executivo que pedia autorização da Casa para o repasse de verbas às polícias Civil e Militar e ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

A celeuma não se deu em torno do repasse na área da segurança, mas ao incremento de cerca de 80% no valor que será transferido para a entidade regional em 2015. Tanto que o parecer da Comissão de finanças foi contrário.

“É inaceitável. Com base em qual argumento a prefeitura aumenta em 86% o repasse ao Consórcio e 5% o repasse para as polícias? Qual a contraproposta efetiva que o Consórcio oferece na prática para São Caetano? Não sou contra a entidade, mas a esse aumento, sem justificativa, do repasse”, disse Beto Vidoski (PSDB).

São Caetano repassou neste ano 2,5 milhões e para 2015 repassará mais de R$ 4 milhões. “Nas contas que fizemos, 1/4 da verba total do Consórcio vai para publicidade. Isso quer dizer que desse montante de São Caetano, R$ 1 milhão vai para propaganda. Ou seja, o mesmo dinheiro que a prefeitura utilizará para dar 500 bolsas de estudo na USCS no próximo ano dará para o Consórcio. Mas para divulgar o quê?, criticou Fábio Palácio (PR).

A votação foi o resultado esperado: 14 a 5, com Palácio, Vidoski, Cidão do Sindicato (SD), Parra (PHS) e Marcel Munhoz (PPS) votando contra. Apesar do placar favorável, nos discursos na tribuna, houve um baile oposicionista.

Os parlamentares de oposição utilizaram todo o tempo necessário para atacar o governo. A base governista, anêmica, não reagia. O líder do governo, Jorge Salgado (Pros), tentou fazer falar que pudessem mostrar o acerto do Palácio, mas coube ao vereador petista Pio Mielo a base de toda a argumentação e o suporte da aprovação.

“O Consórcio tem em curso neste momento 60 programas em vários eixos. Além disso, o aumento no repasse foi aprovado pelos próprio prefeitos (7) e não ocorreu só com São Caetano. Antes era 0,11% do orçamento líquido, passou para 0,33% e agora será 0,50% a partir de 2015. O consórcio passou de pessoa física para pessoa jurídica e agora tem a estrutura necessária para colocar em prática as grandes ações regionais”, destacou Pio.