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De acordo com os últimos dados divulgados pelo Institulo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população indígena no ABC é de 2.358 pessoas, em meio a mais de 2,5 milhões de habitantes da região.
No entanto, a informação é contestada pelo coordenador do programa Índios na Cidade, da ONG (Organização não governamental) Opção Brasil, Marcos Aguiar, que questiona a forma de abordagem do instituto, afirmando que o número de índios na região pode chegar a oito mil.
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Segundo Aguiar, muitos índios que fazem parte da ONG não foram abordados pelo censo e algumas pesquisas do governo ainda revelam que o número de cidades com a presença indígena aumentou. “O intuito do programa, além de criar políticas públicas para os indígenas que vivem na zona urbana, tem como foco fazer com que a sociedade veja quem eles são e não como ela quer que eles sejam vistos”, esclarece.
No ABC a única aldeia fica em São Bernardo, que é uma ampliação de uma já existente em Parelheiros, São Paulo, mas o local ainda não foi homologado. Para o coordenador do Índios na Cidade, o preconceito que os indígenas sofrem é muito grande, pois as pessoas ainda não entendem a realidade desses povos.
A data que comemora o dia do índio, 19 de abril, para Marcos, não é motivo de celebração, mas de reflexão, sendo que a principal medida a ser tomada é a execução da lei 11.645/8, que trata da história e cultura afro-brasileira e indígena como estudo obrigatório nas escolas de ensino fundamental e médio. O intuito é mostrar a verdade sobre o que é ser indígena.
Para o coordenador do GT – Grupo de Trabalho do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Thiago Araujo, a maior responsabilidade é de apresentar os indígenas da região em grandes eventos, pois muitas vezes eles são esquecidos pela população, que considera como índio apenas aqueles que vivem em aldeias.
Segundo Araujo, os números apresentados pelo IBGE são baixos devido ao medo que os indígenas têm de represálias, pelo preconceito que sofrem.
O coordenador ainda revela preocupação com o espaço disponível para os índios e questiona que eventos estão sendo realizados nas escolas para que as pessoas conheçam e entendam a cultura indígena. Araujo considera que a data deve ser comemorada todos os dias para que as pessoas lembrem que os indígenas existem e estão cada vez mais integrados ao dia a dia das cidades.
(Colaborou Caio Soares)
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