Vendas de ar condicionado e ventilador batem recorde

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Com temperatura nível recorde em todo o Estado de São Paulo, média de 31,9ºC, os consumidores correm para comprar aparelhos ventiladores e ar condicionado, que praticamente desapareceram das lojas. Dependendo da marca, o varejista enfrenta fila de espera para repor o estoque, pois a indústria não esperava tanta demanda ao planejar a produção.

Há uma semana a pesquisadora Gislene Aparecida da Silva procura ventilador nas lojas em Santo André. “As prateleiras estão vazias e já abri mão da minha marca de preferência para suprir o calor em casa”, afirma. A dona de casa Maria Gomes Caldeira está à procura de mais um aparelho portátil. “Tenho o ventilador de teto, mas não está sendo o suficiente durante a noite para dormir”, conta na esperança de encontrar o produto ainda esta semana.

Edson Rodrigues, gerente de Vendas Bazar e Eletro da Coop – Cooperativa de Consumo, afirma que neste início de ano já venderam 17 mil aparelhos, aumento de 490%, em comparação ao mesmo período do ano passado.

“Nos quatro primeiros dias do ano, o nosso volume de vendas registrado foi maior que os dois meses do Verão no ano passado. Os poucos aparelhos que conseguimos chegam e já são vendidos, e não podemos realizar grandes pedidos porque a mão de obra nas indústrias não está dando conta em curto prazo”, afirma o gerente, que comemora o bom desempenho nas 28 unidades da Coop.

A Casas Bahia e Pontofrio também foram surpreendidas com o aumento na procura por aparelhos de ventilação. “Nos primeiros 15 dias de janeiro de 2014, as lojas físicas das duas bandeiras venderam a mesma quantidade de ventiladores, climatizadores e ar condicionado do que durante todo o mês de janeiro de 2013”, informa por meio de nota a Via Varejo, dona da rede varejista.

No Walmart, o crescimento de vendas destes produtos em janeiro foi de 200%, ante o mesmo período de 2013. No Magazine Luiza, as vendas de ventiladores quintuplicaram e de aparelhos de ar condicionado triplicaram se comparadas a janeiro de 2013.

Consumo de água mineral dispara na região

As altas temperaturas também alavancaram as vendas do comércio de água mineral no ABC. A Thermas, em Santo André, apresenta aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado, cerca de 2 mil galões a mais. “Tivemos de aumentar o quadro de funcionários para tentar dar conta e estamos atendendo média de 150 chamadas por dia, número recorde para nós”, aponta Ricardo Bertolini Guiomar, proprietário da loja.

A distribuidora Iguaçu, em São Caetano, chega a comercializar 300 galões por semana, além das garrafas individuais de geladeira que atrai os pedestres e pessoas que esperam no ponto de ônibus em frente à loja. “Tivemos crescimento de 20% nas vendas, principalmente para empresas”, afirma Paulo Rogério de Almeida, proprietário do estabelecimento.

Gelo no concreto

O tempo seco nas últimas semanas exigiu medidas alternativas também no setor de construção. Para controlar a temperatura dos 350 mil quilos de concreto foi necessário acrescentar 8 mil quilos de gelo na mistura utilizada na obra de fundação dos elevadores da Torre Marco Zero, em São Bernardo. De acordo com Milton Bigucci Junior, diretor técnico da obra, a técnica de engenharia é utilizada apenas quando o volume de concretagem é muito grande, superior a 150m³. “Primeiro tentamos transferir o horário da obra para a noite, mas as temperaturas não baixaram e tivemos de recorrer ao gelo para evitar trincar o concreto”, diz Bigucci.