Índice de construção vertical gera polêmica em São Bernardo

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Com a pretensão de limitar a uma vez e meia a área do terreno em que será construída uma obra vertical, o novo Plano Diretor de São Bernardo já gera reclamação no setor imobiliário. Caso seja aprovado, esse será o menor índice registrado no ABC.

Atualmente, as empreiteiras ou responsáveis pelo imóvel podem construir até quatro vezes a área do terreno. De acordo com o secretário de Planejamento Urbano, Alfredo Buso, a ideia é que, inicialmente, esse índice seja reduzido para 2,5, com possibilidade de mais um, com a outorga onerosa.

“Após seis meses, esse índice será reduzido a 2 vezes a metragem do terreno e após um ano, o índice será de 1,5”, explica Buso. A intenção da prefeitura é diminuir o crescimento vertical desenfreado na cidade. No entanto, essa medida afeta em cheio as construtoras e empreiteiras.

Segundo Milton Bigucci, presidente da AcigABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores do Grande ABC), as novas regras serão devastadoras para o mercado imobiliário de São Bernardo. “Isso será horrível para os negócios na cidade e todo o mercado que a construção civil gera, como empregos e fornecedores”, sentencia.
 

Para Bigucci, a medida não reflete a “realidade do mercado imobiliário”. “Será o menor índice no ABC, já que atualmente Santo André trabalha com 2,5 e São Caetano e Diadema autorizam até 3. É preciso que São Bernardo não autorize qualquer coisa abaixo de 2,5”, afirma.

Apesar da reclamação dos empresários, o secretário Planejamento Urbano não sinalizou disposição da prefeitura em alterar a meta. “Estamos discutindo com os setores envolvidos, mas a princípio essa é a proposta”, garante.

Audiência pública
O novo Plano Diretor será apresentado em audiência pública nesta terça-feira (30), às 19h, no CRI (Centro de Referência do Idoso), na avenida Redenção, 271, Centro. A população terá a oportunidade de conhecer a proposta da prefeitura antes do documento ser enviado à Câmara Municipal para deliberação dos vereadores.