ABC - quarta-feira , 8 de maio de 2024

Faltam geriatras no País

Atualmente há apenas 922 geriatras em atuação no País, sendo que seriam necessários cinco mil / Foto: Marciel Peres

A população brasileira está cada vez mais velha. Segundo resultado do Censo 2010, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 10 anos o número de pessoas com mais de 60 anos cresceu 2,59%. Como consequência, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o número de geriatras no País está muito longe do ideal, embora também tenha aumentado.

Silvia Pereira, presidente da SBGG, afirma que o número de profissionais que se forma com a especialização voltada para o tratamento do idoso ainda é insuficiente. “A cada ano são formados apenas 60 geriatras no Brasil”, conta Silvia. De acordo com a especialista, atualmente há apenas 922 profissionais da área em atuação. Seriam necessários ao menos cinco mil médicos para o volume de idosos, o que significa um geriatra para cada mil brasileiros.

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Segundo Lara Miguel Quirino, geriatra da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e coordenadora do Ambulatório de Doença Metabólica, o número baixo de geriatras não é exclusividade do Brasil. Países da Europa sofrem do mesmo problema. De acordo com Silvia, campanhas de valorização buscam destacar a importância deste médico, que costuma ser desvalorizado no mercado. “O geriatra trata das pessoas e não apenas de órgãos, mas mesmo assim não recebe o merecido valor”, destaca a presidente da SBGG.

Bem estar

Geriatria é o ramo da medicina que foca o estudo, a prevenção e o tratamento de doenças e da incapacidade em idades avançadas. O objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente e atua em parceria com outros especialistas, como nutricionistas e psicólogos. Segundo Lara, 80% dos problemas de um idoso pode ser solucionado pelo geriatra e 20% de outro especialista.
A regularidade das consultas ainda depende das características de cada paciente, segundo Lara.

Os independentes normalmente recorrem com menos frequência ao especialista e comparecem ao consultório apenas duas vezes ao ano. Em contrapartida, os mais frágeis são vulneráveis a problemas médicos e devem ir ao geriatra a cada três meses. (Colaborou Larissa Marçal) 

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