Masp pode perder galeria no centro de São Paulo

A Secretaria de Cultura pretende retomar, até o fim do ano, a posse da Galeria Prestes Maia, na Praça do Patriarca, centro de São Paulo. A permissão de uso do local foi concedida ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) há oito anos, para a instalação de uma filial, o Masp-Centro. O processo de retomada é analisado pelo Departamento Patrimonial da Secretaria de Negócios Jurídicos. Em seguida, entrará em pauta na reunião da Comissão do Patrimônio Imobiliário, da Secretaria de Gestão, no dia 13. Se aprovado, será encaminhado ao gabinete do prefeito Gilberto Kassab, que dará a última palavra.

Em 2005, a Secretaria de Cultura pediu a posse do local para instalar uma pinacoteca, com obras de arte que pertencem à Prefeitura e estão provisoriamente no Centro Cultural São Paulo. A pasta afirma que o Masp não cumpriu sua parte no acordo de uso, que era reformar a galeria e criar um centro de arte e cultura. “Estão há muito tempo lá e não fizeram nada em benefício da cidade. Já passou da hora de recuperar a função pública dessa galeria”, diz o secretário de Cultura, Carlos Augusto Calil. “Se o Masp não tem condições de administrar o próprio patrimônio, como é que vai ampliar a área de atuação?”, diz, referindo-se a problemas econômicos do museu.

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O diretor do Masp-Centro, Celso Vieira, critica a possível retomada. Afirma que a reforma está em fase de acabamento, mas teve de ser interrompida por conta de um vazamento. “Quando chegamos aqui, os canos esfarelavam na mão. Trocamos o sistema hidráulico e elétrico, reformamos o piso, instalamos elevador e ar-condicionado de última geração”, diz. “Chega de dar paulada no Masp. A instituição tem de ser ajudada.”

Segundo Vieira, foram investidos mais de R$ 3 milhões na reforma, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Além das exposições de arte, uma das intenções é instalar no local o Instituto Brasileiro de Arte e Moda e projetos sociais para moradores de rua. Calil afirma que os investimentos foram públicos, pois vieram de isenção fiscal. “É da Lei Rouanet. Dinheiro público investido em prédio público.”

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