Flip 2007 recebeu 20 mil turistas

A cidade histórica de Paraty ainda registra bastante movimento no último dia da Flip. O feriado estadual de São Paulo deve fazer com que alguns turistas paulistas permaneçam para curtir a segunda-feira. A série de debates da festa literária encerrou com a já tradicional mesa “Literatura de Estimação”, sales às 19 horas, onde diversos escritores leram trechos de seus livros prediletos. Mais cedo, às 17 horas, o mexicano Ignácio Padilla e o argentino Rodrigo Fresán debateram as perspectivas da literatura ficcional, tendo como pano de fundo a comemoração dos 40 anos do clássico “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Márquez.

O cult Ishamel Beah, de Serra Leoa, e o brasileiro Paulo Lins falaram sobre violência na mesa “Sobre Meninos e Lobos”, às 15 horas. Beah, com experiência no exército de sua terra, e Lins, com a vivência numa favela dominada pelo tráfico e o crime trataram a arte literária permeada por narrativa de conflitos. “Muito longe de casa”, obra de Beah relata sua vida como criança-soldado na violenta Serra Leoa. “Cidade de Deus”, do escritor brasileiro, divaga sobre sua infância na favela – este livro que deu origem ao longa homônimo de Fernando Meirelles.

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O historiador Luiz Felipe de Alencastro debateu a obra “Coração das trevas”, às 11h45, em comemoração aos 150 anos do livro de Joseph Conrad. Os dramaturgos Bosco Brasil e Mário Bortolotto abriram o domingo com a mesa “Sem dramas”, onde debateram a arte cênica e a relação com a literatura. O último dia da Flip foi de poucas estrelas, em comparação com sexta e sábado, quando prêmios Nobel, monstros sagrados da literatura, rechearam as mesas.

Números

Em coletiva à imprensa, no início da tarde deste domingo, o diretor presidente da Associação Casa Azul e um dos idealizadores da Flip, Mauro Munhoz, o diretor de programação, Cassiano Elek Machado, e a coordenadora da Flipinha, Cristina Maseda, informaram os números da Flip 2007. No total, segundo eles, circularam 20 mil turistas e 10 mil crianças nos 21 debates promovidos e nas mais de 100 atividades infantis e eventos paralelos durante os cinco dias de Flip, de quarta até Domingo.

De acordo com a Secretaria Municipal de Turismo, a quantidade de turistas este ano foi quase 50% superior, ante a edição de 2006 – 20 mil em 2007, contra 12 mil no ano passado. O avanço, porém, foi aproveitado por Mauro Munhoz para relatar uma preocupação, em tom de crítica, com a infra-estrutura de Paraty, que prejudicou a festa com a falta de água e luz. ?Quem sabe assim (com o crescimento), alguns problemas estruturais da cidade passam a merecer mais atenção. A Flip é uma ferramenta para pensarmos em um futuro interessante para esta cidade?, disse o diretor presidente da Casa Azul.

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