Produção infantojuvenil ganha força na região

Ricardo Criez finaliza terceiro livro, em S. Bernardo. Foto: Rodrigo Lima

Enquanto se comemora o Dia Nacional do Livro Infanto-juvenil ocorrida na sexta-feira (18), data estabelecida em homenagem ao escritor brasileiro Monteiro Lobato, escritores do ABC se preparam para o lançamento de obras. Natural de São Bernardo, Ricardo Criez adianta que sua terceira obra, cujo nome ainda não foi revelado, é voltada para os jovens, e terá como temas a música, bullying e a feitiçaria.

O autor já publicou dois livros e diz que ao escrever se coloca no lugar dos jovens. “Dessa forma, sinto o que eles pensam e sentem. Lembro também das situações que vivenciei quando adolescente”, afirma. O primeiro livro de Criez, Jovens mortos, o despertar de uma geração, foi lançado em 1999. O segundo, O Heroi dos Tabuleiros, levou sete anos para ser concluído e foi lançado em 2010.

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O Herói dos Tabuleiros traz a história de um enxadrista brasileiro que se torna campeão mundial. O texto é ficcional, mas tem ingredientes reais, como citação da política internacional e de personagens do mundo do xadrez. Já em Jovens mortos, o despertar de uma geração, uma turma de jovens do colégio Santo Isidoro resolve lutar pelos seus direitos durante a ditadura militar.

Criez, que também é jornalista e historiador, afirma que desde pequeno aprecia a leitura. “Eu tinha muitos livros em casa, mas devorava os de Monteiro Lobato. Na escola, eu escrevia contos”, diz. Em relação ao mercado, enfatiza que não é fácil, pois muitas editoras prestigiam mais os autores estrangeiros. “O autor nacional encontra dificuldades para se firmar no Brasil. Quem não tem nome no segmento encontra dificuldades para aparecer”, explica.

Quando escreve, o autor deixa a criatividade fluir. “Trata-se de liberdade de pensamento. Quando você pública um livro, você passa a escrever outro. Meus livros são como filhos para mim”, conta o escritor.

Simpático caracol

Outro lançamento está previsto para o dia 18 de maio, a obra Uma história feita de sol, de autoria de Marcelo Donatti com ilustrações de Ricardo Girotto. O personagem central do livro infantil é um simpático caracol que faz da imaginação um caminho sem fim e espalha alegria por onde passa.

Andreense, Girotto relata que se tornou um ilustrador profissional por acaso. “Sempre gostei de desenhar, então fiz publicidade e amigos jornalistas me indicaram para um estágio de cartunista. De lá para cá não parei mais”, diz.

O desenho se tornou um prazer para o desenhista, que prefere brincar mais com o lúdico nos livros infantis. “Gosto de coisas mais descontraídas, coloridas e alegres. Sempre trabalho com temas relacionados ao meio ambiente e saúde”, conta ao acrescentar que mistura o cartoon com a criatividade.

Girotto, que sobrevive apenas do trabalho como cartunista, critica a postura das editoras. “Os autores estrangeiros têm mais valor que os nacionais. É difícil alcançar certo reconhecimento”, desabafa o cartunista, que já fez ilustrações para mais de 200 livros. Seu principal trabalho foi a Fábrica de fazer brinquedos, adotado pelas escolas do Estado há dois anos. O livro teve mais de 22 mil cópias vendidas.

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