Processo de cassação de Luizinho será decidido na 3ª

A Mesa Diretora da Câmara Federal decidirá na terça-feira (11) se encaminhará para a Comissão de Ética o processo de cassação do mandato do deputado Luiz Carlos da Silva (PT), o Professor Luizinho, de Santo André. O nome dele consta em uma lista de 19 parlamentares acusados de envolvimento do esquema do mensalão. Ontem (7), Luizinho e outros parlamentares petistas se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que garantiu legenda a quem optar pela renúncia. Isso porque o presidente nacional do PT, Tarso Genro, havia dito que quem deixasse o mandato não teria espaço no partido para disputar a reeleição em 2006. Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, o presidente se solidarizou com os “companheiros” de partido e disse “compreender a situação”.

Apesar de correr o risco de perder o mandato, Luizinho poderá escapar da cassação. Nos bastidores da Câmara, o comentário é sobre o provável consenso entre os membros da Mesa Diretora de sugerir a absolvição de seis dos acusados de envolvimento no escândalo do mensalão. No entendimento da maioria, Luizinho não teria responsabilidade nem se beneficiado do saque de R$ 20 mil feito por um de seus assessores da conta do publicitário Marcos Valério.

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Na sessão de terça-feira (11), a Mesa da Câmara decidirá sobre a abertura ou não do processo de cassação na Comissão de Ética após analisar o parecer feito pela Corregedoria da Casa que sugere a abertura de processo contra 13 dos acusados. Se Luizinho ficar de fora, será confirmada a fabricação do que os parlamentares estão chamando de “pizza parcial”. Ou seja, absolvem uma parte dos cassáveis e condenam a outra.

Além de Luizinho, também podem ficar livres da cassação os deputados Pedro Henry (PP-MT), Vadão Gomes (PP-SP), Wanderval Santos (PL-SP), Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG). Os outros acusados são Pedro Corrêa (PP-PE), José Janene (PP-PR), José Borba (PMDB-PR), Roberto Brant (PFL-MG), Josias Gomes (PT-BA), José Mentor (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), João Magno (PT-MG), Paulo Rocha (PT-PA) e José Dirceu (PT-SP), que já responde a processo no Conselho de Ética. Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Carlos Rodrigues (PL-RJ) renunciaram para escapar à inelegibilidade, e Roberto Jefferson (PTB-RJ) já foi cassado pela Câmara.

Após o envio do processo de cassação para a Comissão de Ética os deputados não poderão mais renunciar. Por isso, há grande possibilidade de alguns parlamentares deixarem o cargo na segunda-feira (10). Caso não renunciem, os parlamentares que forem para a Comissão de Ética correm o risco de ficar inelegíveis até 2015, se forem cassados. O parecer da Comissão, pelo arquivamento ou pela cassação, vai para votação secreta no plenário da Casa, que só cassa o mandato com o apoio de pelo menos 257 dos 513 deputados.

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